O governador do Tennessee, nos Estados Unidos, assinou dois projetos de lei que têm como objetivo proibir apresentações de drag queens em público e à frente de crianças e restringem o acesso a tratamentos médicos para jovens transgénero. As leis controversas já estão a gerar contestação, com grupos de direitos civis e LGBTI+ a prometer agir para que os diplomas não entrem em vigor.
De acordo com a BBC, aqueles que infringirem a 'lei drag' incorrem em quase um ano de prisão e uma multa de até 2.500 dólares (mais de 2.300 euros), enquanto os médicos que violarem a lei sobre os jovens transgénero podem ser multados em até 25 mil dólares (mais de 23.500 euros).
A 'lei drag', que deverá entrar em vigor no próximo mês, proíbe apresentações "prejudiciais a menores" de "go-go dancers, dançarinos exóticos, strippers, imitadores de homens ou mulheres" em locais públicos ou locais onde possam ser vistos por crianças, cita a estação britânica.
Já a lei que restringe o tratamento médico para jovens transgénero proíbe os médicos de fornecer hormonas ou tratamento cirúrgico a menores, com exceções muito restritas. As crianças e adolescentes com menos 18 anos que já estejam a receber tratamento podem continuar até abril de 2024.
No início da semana, o governador Bill Lee, republicano, foi acusado de hipocrisia ao ser confrontado com uma fotografia sua quando era jovem. Em causa está uma imagem do governador, divulgada na Internet, que pertence ao anuário escolar em 1977, na qual aparece vestido com roupa de 'cheerleader', uma peruca e um colar de pérolas.
Confrontado, em conferência de imprensa, ainda antes de promulgar as leis, apelidou o assunto de ridículo. "Confundir algo assim com entretenimento sexualizado em frente de crianças é um assunto muito sério", disse.
Posteriormente, o seu gabinete divulgou um comunicado na qual referia que "o projeto de lei protege especificamente as crianças de entretenimento obsceno e sexualizado, e qualquer tentativa de confundir esse problema sério com as tradições escolares despreocupadas é desonesta e desrespeitosa para as famílias do Tennessee".
Nos últimos tempos, vários estados norte-americanos apresentaram projetos de lei semelhantes e a sua aplicação, incluindo no Alabama e Arkansas, foi interrompida por ações judiciais.
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