ONU. Alto-comissário acusa palavras "inconcebíveis" de ministro israelita

O Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, considerou "inconcebível" o apelo de um ministro israelita para o "aniquilamento" de uma localidade palestiniana.

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Lusa
03/03/2023 20:15 ‧ 03/03/2023 por Lusa

Mundo

Israel

O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, emitiu este comentário na quarta-feira, pouco após dois colonos terem sido mortos quando se deslocavam de automóvel perto da localidade palestiniana de Huwara, norte de Cisjordânia ocupada, motivando um ataque à localidade por colonos israelitas.

"Penso que Huwara deve ser destruída", declarou Smotrich. "Penso que o Estado de Israel deveria fazer isso".

Em seguida retratou-se, ao precisar no Twitter que "não pretendia aniquilar Huwara, mas apenas atuar de forma dirigida contra os terroristas".

Ao discursar perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra, Volker Türk considerou o apelo de Smotrich "uma declaração inconcebível de incitamento ao ódio e à violência".

Em Washington o porta-voz do Departamento de Estado considerou as declarações "irresponsáveis e repugnantes", condenando o incitamento palestiniano à violência "e estas declarações provocatórias que também constituem um incitamento à violência".

Esta região do Médio Oriente regista o início do ano mais sangrento desde 2002, com pelo menos 65 palestinianos mortos em confrontos e incidentes violentos com as forças militares e policiais. Pelo menos 14 israelitas também já foram mortos nos últimos dois meses no decurso de ataques palestinianos em território ocupado.

O atual Governo de coligação liderado por Benjamin Netanyahu, o mais extremista de direita e racista de toda a história de Israel, com partidos que pretendem um amento da repressão contra os palestinianos e o reforço da colonização judaica nos territórios ocupados, é o principal fator do amento da tensão na região.

No seu discurso, Türk apresentou o último relatório do seu gabinete sobre a situação nos territórios ocupados.

"O aumento da violência condena inocentes de todas as origens a novas tragédias, num lógica terrível", declarou.

Israel garantiu o controlo de Jerusalém Leste e da Cisjordânia em 1967, na sequência da Guerra dos Seis Dias, uma das ocupações mais prolongadas da história recente.

Leia Também: Netanyahu chama "anarquistas" a quem perturbou mulher no cabeleireiro

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