Stoltenberg rejeita "especular" sobre autoria da sabotagem de gasoduto

O secretário-geral da NATO considerou hoje que é "errado especular" sobre a sabotagem dos gasodutos Nord Stream até à conclusão das investigações e insistiu na necessidade de reforçar as infraestruturas críticas europeias.

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Lusa
07/03/2023 19:27 ‧ 07/03/2023 por Lusa

Mundo

Nord Stream

errado especular [sobre a sabotagem, em setembro do ano passado] até que estejam concluídas as investigações em curso", sustentou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, em Estocolmo.

De acordo com a edição de hoje do diário norte-americano The New York Times, um relatório sugere que a sabotagem do Nord Stream 2, um gasoduto com mais de 1.000 quilómetros de comprimento responsável pelo transporte de gás entre a Rússia e a Alemanha através do Mar Báltico, terá sido feita por uma organização pró-ucraniana.

O relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos indica que não há provas de que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ou oficiais ucranianos estejam envolvidos na sabotagem, ou que os sabotadores tenham agido de acordo com ordens de responsáveis de Kiev.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) rejeitou comentar o assunto, apesar da insistência dos jornalistas: "O que sabemos é que houve um ataque, uma sabotagem, contra as infraestruturas críticas da Europa, mas estão a decorrer uma investigação e inquéritos".

Independentemente dos responsáveis, Stoltenberg referiu que a sabotagem "demonstrou a vulnerabilidade das infraestruturas críticas" da Europa, e que por isso é necessário reforçá-las.

A investigação das autoridades alemãs à sabotagem dos gasodutos Nord Stream revelou indícios de ligações à Ucrânia, embora não exclua ter sido uma "operação de bandeira falsa" para incriminar Kiev, noticiaram hoje vários meios de comunicação.

Investigadores alemães conseguiram reconstituir como ocorreu a explosão e identificaram uma embarcação alegadamente utilizada na operação, alugada por uma empresa sediada na Polónia e propriedade de dois cidadãos ucranianos, segundo meios de comunicação alemães, no mesmo dia em que o The New York Times divulgou informações semelhantes.

Para peritos dos serviços de segurança internacional, não se pode excluir que se possa tratar de uma "operação de bandeira falsa", ou seja, que o autor tenha deliberadamente criado pistas que apontam para a Ucrânia ser culpada.

O primeiro-ministro sueco também rejeitou comentar a notícia do diário norte-americano, limitando-se a responder que a investigação está a decorrer para determinar os responsáveis.

A reunião entre Stoltenberg e Kristersson antecedeu a participação do secretário-geral da NATO na reunião informal de ministros da Defesa da União Europeia (UE), na quarta-feira.

A reunião terá como principais tópicos a discussão sobre o processo de aquisição de munições de artilharia de 155 milímetros para as Forças Armadas da Ucrânia, assim como a missão de treino de militares ucranianos.

Como a maioria dos Estados-membros da UE também fazem parte da aliança militar e o envio de munições e material militar de qualquer tipo é coordenado com a NATO, Jens Stoltenberg também vai participar no encontro, que não terá capacidade de tomar decisões devido ao seu carácter informal.

Os 27 também deverão inteirar-se sobre a situação na linha da frente na Ucrânia através do homólogo ucraniano, com quem a ministra da Defesa de Portugal se reuniu há quase duas semanas, por ocasião do primeiro ano da invasão que a Rússia iniciou.

Leia Também: Ataque ao Nord Stream? Grupo pró-ucraniano pode ser culpado, dizem EUA

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