O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou, esta quarta-feira, que as informações que dão conta de que um “grupo pró-ucraniano” é responsável pela sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, no mar Báltico, são uma tentativa de “desviar atenções” e uma “evidente campanha de desinformação”.
“Claramente, os autores do ataque querem desviar as atenções. Esta é uma evidente campanha de desinformação coordenada pelos meios de comunicação social”, disse Peskov à agência de notícias russa RIA Novosti, citado pela CNN Internacional.
Em causa está uma notícia avançada, na terça-feira, pelo jornal norte-americano New York Times. Segundo a publicação, com base em informações dos serviços secretos, acredita-se que “um grupo pró-ucraniano” esteja por detrás da sabotagem. No entanto, não foram avançados quaisquer pormenores.
O responsável russo disse ainda estar “perplexo” com a maneira como os serviços secretos norte-americanos “fazem suposições sobre ataques terroristas” sem uma investigação e apelou a uma “operação urgente e transparente” para apurar os responsáveis pela sabotagem.
Na mesma linha, o vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas (ONU) garantiu que o país vai procurar ao longo deste mês que o Conselho de Segurança vote uma proposta para lançar uma investigação internacional sobre os ataques.
"Isso mostra que estamos a fazer a coisa certa ao pressionar por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para iniciar uma investigação internacional liderada pelo secretário-geral da ONU sobre a sabotagem dos Nord Stream", disse o vice-embaixador da Rússia no Twitter, Dmitry Polyanskiy.
Kyiv já negou as acusações, com o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak a frisar que “a Ucrânia nada tem a ver com o acidente no mar Báltica e não tem informações sobre ‘grupos pró-ucranianos de sabotagem’”.
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