A missão será coordenada pela França e Gabão e será concentrada no lesta da RDCongo, onde a deterioração da situação de segurança provocou uma das maiores crises de deslocamento do continente africano e ameaça minar a paz e a segurança regional.
"A luta no leste da RDCongo continua inabalável, apesar dos contínuos esforços regionais de paz sob os auspícios da Comunidade da África Oriental e da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, conhecidos como processos de Nairóbi e Luanda, respetivamente", indicou a ONU em comunicado.
Um dos principais objetivos da missão de visita do Conselho é avaliar a situação nas áreas afetadas por conflitos no país e os efeitos da insegurança sobre os civis.
Antes da visita do Conselho, o presidente angolano, João Lourenço, garantiu um cessar-fogo através do seu recente envolvimento com o Movimento M23, um grupo armado que opera na província de Kivu do Norte que esteve inativo na última década e voltou ao ataque em 2022.
O cessar-fogo, que deveria entrar em vigor a 07 de março, foi saudado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que exortou o M23 a respeitar a trégua de forma a "criar condições para a sua retirada plena e efetiva de todas as áreas ocupadas" no leste da RDCongo.
No entanto, os combates continuaram, com as Forças Armadas Congolesas a acusarem o M23 de violar o cessar-fogo.
Durante a visita, os membros do Conselho realizarão uma série de reuniões para discutir a situação de segurança, humanitária e de direitos humanos no leste do país.
O outro foco da visita do Conselho serão as próximas eleições nacionais marcadas para dezembro.
Durante a visita, os membros do Conselho também devem expressar o seu apoio à Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco), que opera em circunstâncias difíceis e que tem sido alvo de ataques que ceifaram a vida de vários soldados da paz.
As missões de visita têm sido uma ferramenta que o Conselho tem usado - desde que viajou pela primeira vez ao Camboja e ao Vietname em 1964 - para vários propósitos, incluindo diplomacia preventiva, recolha de informações em primeira mão, apoio a processos de paz e mediação.
Leia Também: Rebeldes na RDCongo ganham terreno na província do Kivu Norte