Numa sessão da Assembleia Popular Nacional, no Palácio do Povo, em Pequim, Li Qiang, o único candidato ao cargo, recebeu 2.936 votos a favor, três contra e oito abstenções, sucedendo assim a Li Keqiang, que ocupava o cargo desde 2013.
Li Qiang, de 63 anos, tornou-se mais conhecido por ter imposto um brutal bloqueio em Xangai (leste), na primavera passada, ao abrigo da política "zero covid", enquanto chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no centro financeiro do país, onde os residentes se queixaram de falta de acesso a alimentos, cuidados médicos e serviços básicos.
O primeiro-ministro chinês é o chefe do Conselho de Estado. O cargo está tradicionalmente associado à gestão quotidiana do país e à condução da política macroeconómica.
Li Qiang, que foi promovido ao segundo lugar no PCC, no congresso do partido em outubro, não tem experiência a nível do governo central, ao contrário de quase todos os antigos primeiros-ministros.
No entanto, tem experiência em governos locais, tendo ocupado posições de liderança nas ricas províncias costeiras de Zhejiang (leste) e Jiangsu (leste).
Li Qiang foi chefe de gabinete de Xi Jinping, enquanto líder do partido em Zhejiang, entre 2004 e 2007.
As rápidas promoções de Li, desde então, refletem o elevado nível de confiança nele depositado pelo líder da China, reeleito para um terceiro mandato de cinco anos na sexta-feira.
Li Qiang toma posse numa altura em que a segunda maior economia do mundo enfrenta uma forte desaceleração, enfraquecida por quase três anos da inflexível estratégia de controlo da covid-19.
Para 2023, o governo fixou um objetivo de crescimento do produto interno bruto (PIB) de "cerca de 5%", um dos mais baixos em décadas.
Como primeiro-ministro, Li será encarregado de reavivar uma economia ainda a emergir da pandemia da covid-19 e confrontada com uma fraca procura global de exportações, aumentos de tarifas dos Estados Unidos, uma mão-de-obra cada vez mais reduzida e uma população envelhecida.
Assume o cargo numa altura em que a autoridade do primeiro-ministro e do Conselho de Estado têm vindo a sofrer uma erosão constante à medida que Xi transfere mais poderes para organismos diretamente sob controlo do PCC, no poder.
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