Tony Blair recusa comparação entre invasões do Iraque e da Ucrânia

O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair recusou qualquer comparação entre as invasões do Iraque e da Ucrânia, embora o presidente russo, Vladimir Putin, tenha invocado a intervenção contra Saddam Hussein como justificação.

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Lusa
20/03/2023 15:19 ‧ 20/03/2023 por Lusa

Mundo

Reino Unido

"Não há justificação razoável para invadir um país independente e soberano com um presidente democrático, (que) não colocou problemas a ninguém" e não violou "nenhuma obrigação internacional", afirmou Blair, numa entrevista às agências de notícias europeias AFP, Ansa, DPA e Efe.

Respondendo à comparação usada por Putin, que indicou que o Reino Unido e os outros países da coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos invadiram o Iraque sem mandato das Nações Unidas, argumentou que "se ele não tivesse usado essa desculpa (do Iraque), teria usado outra".

A entrevista, realizada no Instituto para a Mudança Global, que Tony Blair fundou, foi realizada a propósito do 20.º aniversário do início da ofensiva dos EUA e aliados contra o Iraque. 

Apesar dos protestos, Blair decidiu que o Reino Unido acompanharia Estados Unidos na invasão militar do Iraque, invocando legitimidade dada pela ONU.

O antigo líder Trabalhista, atualmente com 69 anos, argumentou que ex-ditador iraquiano Saddam Hussein tinha provocado duas guerras regionais, desafiado múltiplas resoluções da ONU e lançado um ataque químico ao próprio povo. 

"Pelo menos podemos reconhecer que removemos um déspota do poder (no Iraque) e tentámos instalar uma democracia", vincou, mesmo se aceita que se pode "discutir todas as consequências" da guerra. 

Porém, também recordou intervenções militares da Rússia, em particular na Síria. 

"A intervenção no Médio Oriente serviu para manter um déspota no poder e para impedir a democracia. Portanto, devemos tratar toda esta propaganda com o pouco respeito que ela merece", disse.

Putin é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo crime de guerra de "deportação ilegal" de crianças ucranianas após a invasão russa da Ucrânia, uma decisão que Moscovo diz não ter legitimidade legal.

Leia Também: Tony Blair remete regresso do Reino Unido à UE para geração futura

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