Pequim e Moscovo opuseram-se de novo aos apelos de Washington e de outros países para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas responda aos testes balísticos norte-coreanos, durante uma reunião no órgão máximo da ONU realizada na sequência dos recentes lançamentos do regime de Pyongyang.
A Coreia do Norte informou hoje que o seu exército realizou um exercício de contra-ataque nuclear, no fim de semana, que contou com a presença do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e que ocorre depois que de ter sido disparado um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM) no dia 16.
Segundo o regime norte-coreano, estas ações são uma resposta às manobras conjuntas realizadas pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos no sul da península, vistas por Pyongyang como um teste para invadir o seu território.
No Conselho de Segurança da ONU, Washington pediu à comunidade internacional para responder com firmeza a Pyongyang e considerou que a posição da Rússia e da China (dois membros permanentes do Conselho com poder de veto) encoraja o regime norte-coreano a continuar neste rumo.
"Quantas vezes terá a Coreia do Norte de violar as suas obrigações sob as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para que a China e a Rússia parem de proteger o regime?", insistiu a embaixadora norte-americana junto das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
China e Rússia deixaram claro que continuam a opor-se a uma resolução para condenar os testes ou para endurecer as sanções, pedindo, em sentido contrário, que as punições a Pyongyang sejam suspensas.
Nos últimos anos, o Conselho de Segurança -- sem a oposição da China e da Rússia - impôs sanções à Coreia do Norte por causa dos seus testes de armas ilegais, acusando Pyongyang de estar a preparar um ilícito programa atómico.
Segundo a delegação russa junto da ONU, ficou demonstrada a futilidade dessa abordagem e agora é preciso escolher outro caminho, principalmente o do diálogo, para o qual Moscovo e Pequim exigem que Washington dê os primeiros passos.
Ambos os países culparam as políticas de Washington pelo aumento da tensão, citando o acordo que permitirá à Austrália adquirir submarinos movidos a energia nuclear, no âmbito da nova aliança militar AUKUS que junta Estados Unidos, Austrália e Reino Unido e que foi formalizada em setembro de 2021.
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