Meteorologia

  • 12 NOVEMBER 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 20º

"Declarações fascistas". Membro da Liga Árabe critica ministro israelita

O secretário-adjunto da Liga Árabe apelidou de "fascista" o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que negou na segunda-feira a existência do povo palestiniano exibindo um mapa que incluiu os territórios ocupados e uma parte da Jordânia.  

"Declarações fascistas". Membro da Liga Árabe critica ministro israelita
Notícias ao Minuto

10:19 - 21/03/23 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

"Estas declarações miseráveis do ministro fascista e de outros ministros e funcionários israelitas, e que representam o caráter colonial, racista e terrorista, não retiram valor à existência e soberania do reino haxemita da Jordânia, nem a existência, nem os direitos do povo palestiniano à identidade e à pátria", disse Said Abu Ali através de um comunicado.

O palestiniano Said Abu Ali, secretário-adjunto da Liga Árabe, sublinhou que o ministro ultra nacionalista israelita reflete "a verdade do pensamento, da política e dos planos coloniais, expansionistas e racistas do Governo de Israel."

Anteriormente, o secretário da Liga Árabe, o egípcio Ahmed Abulqueit, condenava energicamente as palavras do ministro de Israel por "demonstrarem desconhecimento da História e da geografia, em violação das normas do direito, legitimidade e costumes internacionais".

Da mesma forma, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos disse hoje que recusa a "retórica provocadora" do ministro israelita. 

Em 2020, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein normalizaram relações com Israel, no quadro dos Acordos de Abraham tornando-se nos primeiros países árabes a fazê-lo, depois do Egito, em 1979, e da Jordânia, em 1994.

Perante a polémica provocada pelo ministro das Finanças, Israel reafirmou na segunda-feira a integridade territorial da Jordânia numa tentativa de atenuar as declarações do membro do novo Governo israelita.

O uso do mapa que incluiu os territórios palestinianos e da Jordânia está relacionado com o conceito "Grande Israel" promovido pelos movimentos de direita e de extrema-direita israelitas que, no passado, defendiam a inclusão dos territórios referidos no Antigo Testamento, entre os quais, a Cisjordânia ocupada e a Jordânia. 

Na segunda-feira à noite, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia convocou o embaixador israelita para lhe transmitir a condenação pelo uso do mapa frisando que se tratou de um ato incendiário. 

O ministro das Finanças de Israel, o nacionalista Bezalel Smotrich, disse em Paris no domingo à noite que "o povo palestiniano" não existe, acrescentando que se trata de um "conceito inventado" há menos de cem anos.

Os verdadeiros palestinianos são os judeus que habitam "a terra de Israel" há dois mil anos, argumentou.

"Existem árabes no Médio Oriente que chegaram à terra de Israel ao mesmo tempo que começou o regresso sionista, depois de dois mil anos de exílio. Os árabes da região não queriam. O que fizeram? Inventaram um povo fictício e reclamam direitos fictícios sobre a terra de Israel só para lutarem contra o movimento sionista", disse o ministro, cujo discurso está a ser citado nas edições de hoje de manhã da imprensa israelita. 

Após uma polémica visita aos Estados Unidos marcada por tentativas de boicote de organizações judias norte-americanas e pela recusa de funcionários da Administração de Joe Biden que não se reuniram com o ministro, Smotrich visitou no domingo a cidade de Paris para uma cerimónia em memória de Jacques Kupfer, judeu francês, apoiante do partido Likud e polémico ativista sionista que morreu em 2021.

Na mesma cerimónia, o atual ministro das Finanças declarou que os árabes não têm direitos históricos sobre a "Terra de Israel" - território do Estado, incluindo as zonas ocupadas.

Para o ministro das Finanças, os árabes (palestinianos) só chegaram à região para "travar o regresso dos sionistas".

No início de março, Smotrich já tinha dito que os árabes (palestinianos) deveriam desaparecer de Huwara, região de Nablus.   

"De acordo com o Direito Internacional, um povo define-se pela História, cultura, língua, moeda e liderança. Quem foi o primeiro rei palestiniano? Qual é a língua palestiniana? Houve alguma vez uma moeda palestiniana? Existe História ou cultura palestinianas?", declarou na noite de domingo, negando a "identidade nacional palestiniana".

O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyed, considerou incendiárias as declarações do ministro das Finanças de Israel.

A declaração de que "não há povo palestiniano e a de que o povo palestiniano é uma invenção dos últimos cem anos é uma prova irrefutável do racismo da ideologia sionista extremista (...) do atual governo israelita", disse Mohammad Shtayyeh, segunda-feira, na abertura do Conselho de Ministros palestiniano.

Leia Também: Qatar e Arábia Saudita condenam comentários de ministro israelita

Recomendados para si

;
Campo obrigatório