RCA. ONU anuncia detenção de importante líder rebelde

A Minusca, missão da ONU na República Centro-Africana (RCA), anunciou hoje a detenção de um importante membro da Coligação dos Patriotas pela Mudança (CPC, na sigla em francês) acusado de violações dos direitos humanos no país.

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Lusa
22/03/2023 17:45 ‧ 22/03/2023 por Lusa

Mundo

República Centro-Africana

Numa declaração distribuída à imprensa, a Minusca anunciou que o suspeito, identificado como 'general' Hussein Damboucha, comandante da Frente Popular para o Renascimento Centro-Africana (FPRC), foi detido no sábado em Sam Ouandja, no município de Hautte-Kotto, numa operação conjunta com as forças de segurança centro-africanas.

"A Minusca recorda que o nome do 'general' Hussein Damboucha aparece nos relatórios do Grupo de Peritos sobre a RCA como perpetrador de violações e ataques contra os direitos humanos e o direito humanitário", lê-se na declaração, antes de assinalar que o detido se encontra agora sob custódia das autoridades centro-africanas na capital do país, Bangui.

A missão da ONU salientou ainda que a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para prorrogar o seu mandato até 15 de novembro de 2023 apela à Minusca para "reforçar a independência da justiça e a capacidade e eficácia do sistema judicial, bem como a eficiência e responsabilidade do sistema prisional, principalmente através da prestação de assistência técnica às autoridades centro-africanas para identificar os responsáveis por crimes que envolvam violações do direito humanitário".

Portugal participa na Minusca com 215 militares, a maioria deles paraquedistas.

A FPRC integrava a coligação armada Séléka, formada maioritariamente por muçulmanos, que em 2013 protagonizou uma revolta contra o então Presidente, François Bozizé.

Embora a Séléka tenha sido dissolvida em 2014, algumas fações continuam ativas e a FPRC optou em 2021 por aderir ao CPC, liderado pelo próprio Bozizé.

As tensões aumentaram após a eliminação da candidatura de Bozizé, que regressou ao país em finais de 2019 para se candidatar novamente à Presidência, após o que vários grupos armados, incluindo alguns signatários do acordo de paz de 2015, formaram o CPC para lançar uma ofensiva contra a capital, numa tentativa de derrubar o atual Presidente, Faustin-Archange Touadéra.

Leia Também: Governo da RCA acusa rebeldes da morte de nove chineses em mina

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