Numa declaração distribuída à imprensa, a Minusca anunciou que o suspeito, identificado como 'general' Hussein Damboucha, comandante da Frente Popular para o Renascimento Centro-Africana (FPRC), foi detido no sábado em Sam Ouandja, no município de Hautte-Kotto, numa operação conjunta com as forças de segurança centro-africanas.
"A Minusca recorda que o nome do 'general' Hussein Damboucha aparece nos relatórios do Grupo de Peritos sobre a RCA como perpetrador de violações e ataques contra os direitos humanos e o direito humanitário", lê-se na declaração, antes de assinalar que o detido se encontra agora sob custódia das autoridades centro-africanas na capital do país, Bangui.
A missão da ONU salientou ainda que a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU para prorrogar o seu mandato até 15 de novembro de 2023 apela à Minusca para "reforçar a independência da justiça e a capacidade e eficácia do sistema judicial, bem como a eficiência e responsabilidade do sistema prisional, principalmente através da prestação de assistência técnica às autoridades centro-africanas para identificar os responsáveis por crimes que envolvam violações do direito humanitário".
Portugal participa na Minusca com 215 militares, a maioria deles paraquedistas.
A FPRC integrava a coligação armada Séléka, formada maioritariamente por muçulmanos, que em 2013 protagonizou uma revolta contra o então Presidente, François Bozizé.
Embora a Séléka tenha sido dissolvida em 2014, algumas fações continuam ativas e a FPRC optou em 2021 por aderir ao CPC, liderado pelo próprio Bozizé.
As tensões aumentaram após a eliminação da candidatura de Bozizé, que regressou ao país em finais de 2019 para se candidatar novamente à Presidência, após o que vários grupos armados, incluindo alguns signatários do acordo de paz de 2015, formaram o CPC para lançar uma ofensiva contra a capital, numa tentativa de derrubar o atual Presidente, Faustin-Archange Touadéra.
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