A informação consta do comunicado conjunto divulgado depois da reunião de sexta-feira com o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, durante a primeira deslocação oficial daquela ao Estado vizinho no norte.
Aqueles investimentos incluem 6,960 mil milhões de dólares canadianos (5,070 mil milhões de dólares dos EUA) na renovação dos sistemas de vigilância do NORAD, entre os quais radares capazes de detetar objetivos a longa distância, que vão cobrir toda a zona do Ártico. O primeiro deve estar pronto em 2028.
Foi também decidido um investimento de 7,300 mil milhões de dólares canadianos (5,310 mil milhões de dólares dos EUA) em apoio a aviões de 5.ª geração.
O objetivo é o "garantir a capacidade do NORAD de dissuadir e defender qualquer ameaça emergente" da China ou Federação Russa contra o espaço aéreo e marítimo norte-americano, segundo o texto.
Biden e Trudeau decidiram também fortalecer a cadeia de fornecimentos de minerais "vitais" para a economia e fomentar a cooperação na produção de semicondutores, em colaboração com a IBM.
Isto implica que os EUA avancem mais 50 milhões de dólares, a acrescer aos 250 milhões já mobilizados para financiar empresas dos dois países que extraem e processam estes minerais.
Por seu lado, o Canadá vai proporcionar até mais 250 milhões de dólares (182 milhões de dólares dos EUA) para projetos relacionados com a produção de semicondutores.
Os EUA comprometeram-se também a afetar 7,500 mil milhões de dólares e o Canadá 1,200 mil milhões de dólares canadianos (870 milhões de dólares dos EUA) à construção de uma rede de carregamento rápido de veículos elétricos.
Biden e Trudeau referiram-se ao entendimento mútuo relativo aos desafios no panorama internacional, desde logo a invasão da Ucrânia pela Federação Russa.
À condenação dos dirigentes de Moscovo pela invasão juntaram a consideração de a China representar "um desafio sério a longo prazo" para a ordem internacional e criticaram as suas "práticas disruptivas", como ataques aos direitos humanos e coações económicas.
Sobre o continente americano, além da preocupação com a situação no Haiti, Biden e Trudeau referiram-se ainda ao acordo, divulgado na quinta-feira, que visa travar a migração de indocumentados para os EUA a partir do Canadá.
Reiteraram que em virtude desse acordo, Otava compromete-se a receber em 2024 até 15 mil migrantes do continente, ao mesmo tempo que Washington aceita modificar o Acordo de Terceiro País Seguro, que rege os pedidos de asilo entre o Canadá e os EUA, para que Otava possa recusar os migrantes sem documentos.
O comunicado mencionar ainda o reforço da colaboração na luta contra as alterações climáticas, como o compromisso canadiano de apoiar uma iniciativa dos EUA para ajudar outros Estados aliados a desenvolver programas de energia nuclear com elevados padrões de segurança, além da pretensão mútua de desenvolver o uso de veículos elétricos.
Os EUA e o Canadá pretendem ainda proteger o ecossistema do Ártico, para o que tencionam envolver a população indígena.
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