Donald Trump, acusado formalmente num caso que envolve o pagamento de suborno à atriz pornográfica Stormy Daniels para garantir o seu silêncio face a um caso extraconjugal, deverá voar ainda hoje para Nova Iorque, onde se espera que se entregue às autoridades no tribunal criminal de Manhattan, na terça-feira.
Esta que é a primeira acusação de um ex-presidente na história dos Estados Unidos da América (EUA) - que também é candidato à Casa Branca em 2024 - e acarretou grandes desafios de segurança, com as autoridades a prepararem-se para possíveis manifestações.
Ainda não são conhecidas as acusações que o ex-presidente republicano enfrentará, mas alguns dos seus aliados mais fiéis saíram em sua defesa, como é o caso da congressista Marjorie Taylor Greene, que anunciou que estará na terça-feira em Nova Iorque para protestar contra esta acusação, que classificou de "caça às bruxas", e instou os seus mais de 600 mil seguidores na rede social Twitter a fazer o mesmo.
Nas últimas semanas, antecipando a sua acusação, Donald Trump tem exortado os seus apoiantes a protestarem, mas registaram-se poucas manifestações públicas de apoio pelo país.
Levantaram-se então questões sobre se Trump, o candidato republicano líder na corrida presidencial de 2024 que mantém seguidores devotos, ainda tem o mesmo poder de mobilização como o que teve no ataque ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021.
Na passada sexta-feira, todos os 35.000 membros do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD, na sigla em inglês) foram chamados ao serviço e agentes do Serviço Secreto estiveram no tribunal criminal de Manhattan para determinar a forma como o ex-presidente entrará e sairá do edifício em segurança, na terça-feira.
Barreiras metálicas foram colocadas em frente à Trump Tower, um arranha-céus em Manhattan que tem atraído muita atenção nos últimos dias.
"Não existe um manual sobre como atuar em caso de acusação de um ex-presidente. Isto vai ser algo completamente novo", disse um ex-agente do FBI à rede televisiva ABC News.
O próprio ex-presidente alertou nas redes social para a possibilidade de "mortes e destruição" caso fosse acusado.
A segurança do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, responsável por liderar esta investigação contra Trump, também tem sido uma das prioridades das autoridades de Nova Iorque, uma vez que já recebeu pelo menos uma ameaça de morte.
Até ao momento, um dos poucos protestos agendados para terça-feira é o do 'New York Young Republican Club', que se juntará aos esforços de Marjorie Taylor Greene.
"A politização aberta de Alvin Bragg (...) ameaça todos os americanos. A caça às bruxas sem precedentes de vários anos contra o presidente Donald Trump aproxima-nos um passo de uma América irreconhecível. Junte-se a nós e à congressista Marjorie Taylor Greene na terça-feira para protestar pacificamente contra a perseguição política, prisão e acusação de (...) Trump. Faça a sua voz ser ouvida. Lute pela América. Lute por Trump", convocou o grupo Republicano nas redes sociais.
O 'New York Young Republican Club' já tinha convocada um outro protesto em defesa de Trump, em 20 de março, em frente ao tribunal criminal de Manhattan, mas na ocasião apenas cerca de 20 apoiantes compareceram.
Em contraste com a falta de apoio a Trump, dezenas de equipas de reportagem têm-se acumulado nas últimas semanas em frente às grades de metal instaladas pela Polícia de Nova Iorque ao redor do tribunal, evidenciando o grande interesse - nacional e internacional - que este caso tem despertado.
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