NATO. A relação política e militar da Finlândia com a organização

A Finlândia vai aderir à NATO na terça-feira após a Turquia e a Hungria terem ratificado o processo de integração que exige unanimidade, tornando-se no 31º membro da maior aliança militar à escala global.

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Lusa
03/04/2023 16:49 ‧ 03/04/2023 por Lusa

Mundo

Finlândia

Eis algumas referências para compreender melhor a cooperação da Finlândia com a NATO e o poderio militar deste país nórdico.

A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia, e a sua adesão vai mais que duplicar a extensão da fronteira da NATO com a Rússia

Na terça-feira, a Turquia entregará ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no quartel-general da NATO em Bruxelas, a sua carta de aceitação sobre o acesso da Finlândia. De seguida, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, formalizará o processo. Os Estados Unidos são o depositário da NATO, de acordo com o tratado de fundação da Aliança em 1949. Às 14:30 (hora de Lisboa) a bandeira finlandesa será hasteada na sede da organização.

Em maio de 2022 a Finlândia, que formalizou o pedido de adesão à NATO, há vários anos que mantém um relacionamento sistemático e regular com a Aliança Atlântica, participando em operações conjuntas de manutenção de paz.

A cooperação da Finlândia com a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) começou formalmente em 1994, quando aquele país nórdico aderiu ao programa Parceria para a Paz, aprofundando-se, três anos mais tarde, com a participação no fórum multilateral do Conselho de Parceira do Euro-Altântico.

Em 1996, a Finlândia participou pela primeira vez numa operação militar liderada pela NATO, contribuindo para um batalhão de manutenção da paz na Bósnia Herzegovina.

Nos últimos anos, a Finlândia tem participado regularmente em operações militares com países da União Europeia (UE), bem como em iniciativas de programas internacionais de Força Aérea, incluindo o programa Strategic Airlift Capability e o Strategic Airlift Internacional Solution.

A partir de 2002, os soldados finlandeses colaboraram com as forças da NATO no Afeganistão.

Neste momento, a Finlândia é um dos seis países que participam na iniciativa Parceria de Interoperacionalidade da NATO, participando em várias operações conjuntas de manutenção de paz.

A Finlândia tem um exército regular de 280.000 soldados, aptos para combate, para além de 600.000 reservistas, num território que tem apenas 5,5 milhões de habitantes; o exército profissionalizado conta com 13.000 soldados.

O Exército finlandês conta com três brigadas de resposta rápida, duas brigadas e um batalhão Jaeger (forças especiais); dois grupos de batalha mecanizados; seis brigadas de infantaria; 14 batalhões independentes; 28 forças territoriais.

A Marinha finlandesa conta com dois grupos de frota de batalha; três grupos de batalha costeira; um grupo de batalha Jaeger (forças especiais).

A Força Aérea finlandesa inclui três esquadrões de batalha e quatro bases operacionais.

Após a invasão russa da Ucrânia, o governo finlandês decidiu aumentar em dois mil milhões de euros o seu orçamento para Defesa, que era até agora de 2,8 mil milhões de euros.

Este aumento orçamental vai permitir às Forças Armadas da Finlândia um reforço de 1,74 mil milhões de euros em material militar, incluindo armas, bem como 163 milhões de euros em equipamento de vigilância aérea.

Neste momento, a Finlândia dispõe de um arsenal militar que inclui 239 tanques de guerra, 60 mísseis ar-terra, 2.685 lança mísseis antitanque e 62 aviões de caça, para além de cerca de 400.000 armas de assalto.

A Finlândia e a vizinha Suécia solicitaram em conjunto a adesão à NATO em maio de 2022, e pretendiam uma integração em simultâneo. No entanto, e devido à oposição da Turquia, a anunciada adesão de Estocolmo apenas poderá ser formalizada quando estiverem resolvidas as disputas com Ancara. O Governo turco continua a acusar a Suécia de atitude demasiado branca face a grupos que define como organizações terroristas.

Leia Também: Finlândia torna-se membro oficial da NATO na terça-feira

O parlamento húngaro também terá de ratificar o acesso da Suécia à NATO e ainda não foi anunciado quando pretende confirmar a adesão. Stoltenberg disse hoje esperar que a Suécia se junte nos próximos meses, antes da cimeira da NATO prevista para julho na Lituânia, na presença do Presidente dos EUA Joe Biden.

 

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