Donald Trump, que também é candidato à Casa Branca em 2024, chegou na segunda-feira a Nova Iorque, tendo passado a noite na Trump Tower, em Manhattan, rodeado por um forte dispositivo de segurança.
A sessão está marcada para as 14:15 (19:15 em Lisboa) no tribunal criminal de Manhattan, onde Trump deverá passar por um protocolo, que inclui tirar impressões digitais e fotografia, e onde se vai declarar "inocente", indicou a defesa.
Espera-se que Trump compareça perante o juiz Juan Merchan, o mesmo magistrado que presidiu um julgamento criminal no ano passado no qual a empresa imobiliária do magnata foi condenada por fraude fiscal, mas no qual Trump não foi acusado.
No final da sessão, Trump deverá regressar a Mar-a-Lago, a sua mansão na Flórida, onde fará declarações sobre todo o processo, informou o gabinete do ex-chefe de Estado norte-americano.
Esta que é a primeira acusação criminal contra um ex-presidente na história dos Estados Unidos acarretou grandes desafios de segurança, com as autoridades a prepararem-se para possíveis manifestações.
Ainda não são conhecidas as acusações contra o ex-Presidente, mas alguns dos aliados mais fiéis saíram já em defesa do republicano, como a congressista Marjorie Taylor Greene, um dos nomes mais radicais do Partido Republicano.
Taylor Greene anunciou que vai estar hoje em Nova Iorque, num protesto junto ao tribunal criminal de Manhattan, ao qual também se vão juntar membros do 'New York Young Republican Club'.
Ao longo das últimas semanas, antecipando a acusação, Donald Trump tem exortado os apoiantes a protestarem, mas registaram-se poucas manifestações públicas de apoio pelo país.
Levantaram-se então questões sobre se Trump, o candidato republicano líder na corrida presidencial de 2024 que mantém seguidores devotos, ainda tem o mesmo poder de mobilização como o que teve no ataque ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021.
Contudo, as autoridades de Nova Iorque mantêm todas as possibilidades em aberto e montaram uma megaoperação de segurança, que envolveu todos os 35 mil membros do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD, na sigla em inglês), além de agentes dos serviços secretos, responsáveis pela segurança do ex-Presidente.
A segurança do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, responsável por liderar esta investigação contra Trump, também tem sido uma das prioridades das autoridades de Nova Iorque, uma vez que já recebeu pelo menos uma ameaça de morte.
Todo este caso remonta a 2016, quando a atriz pornográfica e realizadora Stormy Daniels entrou em contacto com diversos meios de comunicação para vender o relato de que teve um caso com Donald Trump em 2006, na altura já casado com a ex-primeira-dama Melania Trump.
A equipa de Trump tomou conhecimento da oferta e o advogado Michael Cohen pagou 130 mil dólares (cerca de 120 mil euros) a Daniels para ela desistir de tornar o caso público.
No entanto, quando Trump reembolsou Cohen, esse pagamento foi registado como "honorários de advocacia", com os procuradores a argumentarem que isso equivale a falsificação de registos comerciais, o que em Nova Iorque constitui um crime.
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