Alemanha pede à Rússia que deixe de usar minas em terrenos ucranianos

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, pediu hoje à Rússia que deixe de colocar minas nos terrenos agrícolas da Ucrânia, por ocasião do Dia Internacional de Consciencialização sobre os Perigos das Minas Terrestres.

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Lusa
04/04/2023 13:17 ‧ 04/04/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Peço também à Rússia que ponha fim de uma vez por todas ao cruel uso de minas em grande escala nos terrenos agrícolas da Ucrânia. Isto não só resulta em muitas baixas civis, como impede que muitos agricultores cultivem os seus campos e façam as suas colheitas", afirmou a chefe da diplomacia alemã num comunicado, citada pela agência EFE.

A ministra acrescentou que "desta forma, a Rússia reduz a oferta de alimentos no mercado mundial e agrava assim a fome no mundo".

Baerbock enfatizou que as minas terrestres são "armas cruéis" e "a razão pela qual mães e pais em países como a Bósnia-Herzegovina, Camboja e Iraque ainda têm de temer sempre que os seus filhos saem para brincar décadas depois de um conflito".

Relembrou ainda que as minas antipessoais afetam principalmente os civis, e "destroem assim literalmente famílias e sociedades".

"É por isso que trabalhamos por um mundo sem minas antipessoais no âmbito da nossa presidência da Convenção de Otava e é por isso que a Alemanha é o segundo maior doador global para a desminagem humanitária", concluiu.

A Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais e sobre a sua Destruição, também conhecida como Tratado de Otava, foi assinada em 1997 por 157 países.

Kiev diz que 30% do território ucraniano foi minado pelas forças russas, ao passo que a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch acusa as tropas ucranianas de terem colocado minas antipessoais proibidas na região leste de Izyum.

O Dia Internacional de Consciencialização sobre os Perigos das Minas Terrestres assinala-se a 04 de abril, com o propósito de sensibilizar para a importância de uma ação concertada em relação às minas, considerando a sua ameaça à segurança e integridade física das pessoas.

O dia foi criado através de uma resolução da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em dezembro de 2005.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Kuleba diz que segurança euro-atlântica só é possível com adesão à NATO

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