O comandante da Guarda Costeira, Nicola Carlone, revelou que o seu grupo de resgate realizou um elevado número de resgates longe de Itália devido à "ausência ou inadequação" da capacidade de resgate de outros estados costeiros.
Dois pequenos barcos do navio dos MSF foram até o barco dos migrantes e distribuíram coletes salva-vidas, numa operação coordenada pelas autoridades maltesas, antes de começar a transferir os migrantes a bordo.
Até as 18h30, horário local, cerca de 230 pessoas tinham sido transferidas para um local seguro e recebiam assistência, informou MSF. A linha direta do telefone de alarme para migrantes em perigo no Mediterrâneo renovou hoje o apelo às autoridades para resgatar o grupo na área de busca e salvamento (de Malta, após um primeiro alerta na segunda-feira.
Dois navios mercantes estavam perto do barco, mas não estavam equipados para completar uma operação de resgate tão grande, dificultada ainda mais pelo mau tempo.
"A ausência ou inadequação" da capacidade de resgate de outros países vizinhos significa que, "em deferência à Convenção de Hamburgo, quando tomamos conhecimento de" barcos de migrantes que precisam de resgate ", mesmo que estejam fora das águas italianas de responsabilidade, não é uma obrigação intervir e isso já é uma prática frequente", afirmou Nicola Carlone.
"Estamos cada vez mais empenhados em operar a distâncias muito longas de Itália, e isso está a provocar desgaste" dos meios aéreos e navais, acrescentou o chefe da guarda costeira.
"É necessária uma intervenção urgente", defendeu, acrescentando que o grupo que chefia, entre 1991 e 2022, salvou 1.182.000 migrantes e refugiados no Mediterrâneo.
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