"Os Estados Unidos também reconhecem uma só China, mas fazem algo que não é conveniente para uma só China. As atividades para destruir ou obstruir o desenvolvimento das relações internacionais são culpa dos Estados Unidos. Devem assumir resultados. A parte chinesa opõe-se contundentemente", afirmou Zhao Bentang.
O embaixador da China em Portugal falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem de uma reunião com o vice-presidente do Governo Regional dos Açores.
O líder da maioria Republicana na Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, reuniu-se, na quarta-feira, com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, em Los Angeles, e garantiu que "o apoio da América ao povo de Taiwan vai manter-se resoluto, inabalável e bipartidário".
Em reação, o Governo chinês pediu a Washington que "pare de seguir um caminho errado e perigoso".
"Em resposta aos atos de conluio seriamente erróneos entre os Estados Unidos e Taiwan, a China tomará medidas determinadas e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial", disse o Ministério das Relações Exteriores chinês, num comunicado divulgado pela agência de notícias Xinhua.
Questionado sobre o encontro, o embaixador da China em Portugal disse que a questão de Taiwan era "uma questão interna da China".
"As Nações Unidas já têm uma resolução sobre Taiwan. No mundo, só existe uma China. Taiwan é uma parte da China", frisou, acrescentando que "o representante legal único é a República Popular da China".
Já quando questionado sobre se a guerra na Ucrânia afetou as relações entre Portugal e a China, Zhao Bentang disse que "cada país tem a sua própria visão" sobre questões internacionais, mas que os dois países procuram uma solução para resolver a crise.
"Quanto à questão da Ucrânia, Portugal e a China mantêm contactos para encontrar pontos comuns para fazer algum trabalho conjunto para resolver esta crise", afirmou.
Segundo o embaixador, a visão da China sobre a questão da Ucrânia assenta em "quatro pontos importantes": "primeiro respeitar a integridade e soberania de cada país, segundo respeitar o papel das Nações Unidas, terceiro respeitar a segurança de todos os países e quarto apoiar os esforços para encontrar uma solução pacífica".
Desde 1979 que os EUA não mantêm relações diplomáticas com Taiwan, mas também não reconhecem a autoridade que a China diz ter sobre o território insular.
Esta foi a primeira vez que um líder da Câmara dos Representantes recebeu oficialmente a presidente de Taiwan em solo norte-americano desde que as relações diplomáticas diretas cessaram, há 44 anos.
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