Chinês sequestrou e maltratou mulher. Foi condenado a nove anos de prisão
O homem cuja mulher foi encontrada acorrentada pelo pescoço, no ano passado, na China, num caso que causou indignação no país, foi condenado a nove anos de prisão, anunciou hoje o tribunal.
© Reuters
Mundo China
As imagens desta mãe em grande sofrimento, acorrentada num celeiro, na província de Jiangsu, leste da China, causaram forte comoção na China, em janeiro de 2022, após o caso ter sido divulgado 'online'.
O casal tem oito filhos.
O marido, Dong Zhimin, foi detido, junto com várias outras pessoas, acusadas de tráfico de seres humanos. Ele foi condenado a seis anos e seis meses de prisão por "maus-tratos" e a mais três anos por sequestro, anunciou hoje o Tribunal Popular Intermédio da cidade de Xuzhou.
"Foi condenado a apenas nove anos de prisão após ter destruído a vida de outra pessoa", afirmou um utilizador na rede social Weibo, em sintonia com muitos outros comentários. "Está longe de ser suficiente, mas prova que a Internet é útil. Sem toda esta atenção, o caso teria sido silenciado", disse outro internauta, referindo-se à indignação nas redes sociais.
As autoridades inicialmente negaram que o caso estivesse ligado ao tráfico de seres humanos, um fenómeno bastante comum na China rural, onde há mais homens do que mulheres.
Cinco pessoas julgadas no caso também foram condenadas a penas entre oito e 13 anos de prisão.
De acordo com as autoridades, a mulher foi raptada da sua terra natal em Yunnan, no sudoeste da China, a cerca de dois mil quilómetros de onde foi descoberta.
Foi então vendida por várias vezes, incluindo uma vez em 1998, por 5.000 yuan (665 euros).
A política do filho único, imposta na China durante quase 40 anos, até 2016, resultou numa escassez de mulheres, devido a uma preferência tradicional por filhos do sexo masculino.
Este desequilíbrio levou a um grande número de raptos de mulheres jovens, que foram forçadas a casar, em aldeias onde os homens são em menor número.
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