"Eva Kaili será libertada da prisão. Ficará em prisão domiciliária na Bélgica e sob vigilância eletrónica. O juiz de instrução acaba de tomar a decisão", disse à AFP Antoon Schotsaert, magistrado do Ministério Público Federal belga.
Do escândalo de corrupção Qatargate, que envolve vários eurodeputados e o recebimento de recompensas por posições favoráveis a países como o Qatar e Marrocos, a ex-presidente do PE, eleita pelos socialistas gregos, era a única que permanecia detida.
Eva Kaila, que tem negado as acusações, é suspeita de ter intercedido durante vários anos a favor de potências estrangeiras nas decisões do Parlamento Europeu, em troca de pagamentos em dinheiro.
A ex-vice-presidente do PE, 44 anos, mãe de uma filha de dois anos, foi destituída do cargo em meados de dezembro.
Eva Kaili não beneficiou de imunidade parlamentar porque o crime foi detetado em flagrante delito, tendo sido descobertos "sacos de dinheiro" no seu apartamento.
Terça-feira, o Tribunal de Bruxelas decidiu também que o eurodeputado belga Marc Tarabella, envolvido no escândalo de corrupção Qatargate, ficará em regime de liberdade vigiada com pulseira eletrónica, disse o porta-voz do Ministério Público Federal.
Tarabella permanecerá à disposição dos investigadores e do juiz de instrução caso precisem de mais informação, adiantou o gabinete do eurodeputado, que relembrou que o acusado sempre defendeu a sua inocência.
Tarabella foi detido no dia 10 de fevereiro, depois de lhe ter sido retirada a imunidade parlamentar.
Em relação ao mesmo esquema foram detidos os eurodeputados Francesco Georgi e Pier Antonio Panzeri, suposto líder do esquema, e Andrea Cozzolino.
Georgi conseguiu a liberdade condicional com pulseira eletrónica a 23 de fevereiro, enquanto Panzeri adquiriu o mesmo regime a 06 deste mês.
Panzeri, ex-eurodeputado italiano, aceitou colaborar com a investigação policial em troca de benefícios relacionados com a pena.
Andrea Cozzolino encontra-se em prisão domiciliária em Nápoles enquanto aguarda pela decisão judicial sobre a sua entrega às autoridades belgas.
O Qatar e Marrocos negaram veementemente ser a fonte de qualquer corrupção.
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