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Acusados de atentados em 2016 em Bruxelas recusam pedir perdão às vítimas

A maioria dos arguidos no julgamento dos atentados de 2016 em Bruxelas recusou hoje pedir desculpas às vítimas, no último dia dos interrogatórios, justificando que esse pedido contrariaria a presunção de inocência e a sua estratégia de não confissão.

Acusados de atentados em 2016 em Bruxelas recusam pedir perdão às vítimas
Notícias ao Minuto

22:46 - 13/04/23 por Lusa

Mundo atentados

"Pedir perdão às vítimas significa reconhecer a minha culpa nos factos, e como já expliquei, não são minhas vítimas", apontou o arguido Salah Abdeslam no tribunal, a perguntas dos advogados, noticiou a Belga, agência de notícias da Bélgica.

Salah Abdeslam, já condenado em França por participar nos atentados de Paris de 2015, que causaram 130 mortos, foi o único terrorista a sobreviver aos atentados, e agora o Ministério Público belga acusa-o de estar também envolvido nos atentados de Bruxelas de 2016, que provocaram 32 mortos e cerca de 300 feridos.

Mas Salah Abdeslam negou, na semana passada, responsabilidade nos preparativos das explosões na capital belga, no aeroporto da cidade e numa paragem de metro no Bairro Europeu, expressou "compaixão" e "respeito" pelas vítimas dos ataques, mas recusou ir mais longe: "Se me desculpo, é porque fiz algo e não o fiz", afirmou.

Por seu turno, o arguido Ali El Haddad Asufi criticou o facto de os advogados das vítimas terem perguntado diretamente aos arguidos se iam pedir desculpa, num dia em que os arguidos receberam perguntas tanto do Ministério Público como dos advogados das vítimas.

"Eu nunca quis o que aconteceu e não fui implicado nisso de forma alguma, é um pouco perturbador que um profissional da lei questione a presunção de inocência. Algumas pessoas simplesmente não são culpadas", disse Ali El Haddad Asufi, comentando um possível pedido de desculpas.

Outro dos arguidos, Sofien Ayari, desejou às vítimas "coragem e que possam reconstruir" as suas vidas, abrindo a porta a lamentar "certas decisões", mas ao mesmo tempo afirmou que "não basta dizer palavras precisas para agradar ".

Por outro lado, o arguido Hervé Bayingana Muhirwa assegurou que tem "pedido perdão em cada uma" das suas audiências e afirmou que, segundo disse, não "esperou até 2023 para o fazer", enquanto outro arguido, Bilal El Makhoukhi, disse ter intenção de pedir perdão mas quando ocorrer "espontaneamente".

O director da associação de vítimas do terrorismo V-Europa, Philippe Vansteenkiste, manifestou em declarações recolhidas pela agência noticiosa belga que os interrogatórios dos arguidos têm sido "dececionantes", depois de quase duas semanas de audições.

Philippe Vansteenkiste lamentou que, na sua opinião, não tenham respondido a questões importantes como, por exemplo, quem ordenou os ataques e garantiu que "os arguidos falaram, mas não muito".

Na próxima semana, peritos vão depor perante o tribunal deste julgamento, presidido pelo juiz Laurence Massart, e que começou em dezembro de 2022.

Leia Também: EUA "estão ao lado" de Israel depois de "atentados terroristas"

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