A Florida proíbe atualmente abortos após 15 semanas de gravidez, sendo esperado que DeSantis assine o projeto de lei.
Uma proibição de seis semanas daria a DeSantis uma importante vitória política entre os eleitores republicanos nas primárias para a corrida à Casa Branca em 2024.
DeSantis prepara-se para lançar uma candidatura presidencial construída como porta-estandarte conservador.
Este legislação também terá implicações no acesso ao aborto em todo o sul dos Estados Unidos, após a decisão histórica do Supremo Tribunal de retirar o direito constitucional de interromper uma gravidez, dando assim a cada estado a liberdade de legislar sobre a matéria. Desde então, cerca de 15 estados já proibiram o aborto no seu território.
Alabama, Louisiana e Mississippi proibiram o aborto em todos os estágios da gravidez, enquanto a Geórgia proíbe o procedimento após a deteção de atividade cardíaca, que ocorre às cerca de seis semanas.
"Temos a oportunidade de liderar o debate nacional sobre a importância de proteger a vida e dar a cada criança a oportunidade de nascer e encontrar o seu propósito", defendeu a congressista republicana Jenna Persons-Mulicka, que apresentou o projeto de lei na Câmara dos Representantes estatal.
Democratas e grupos de direitos ao aborto classificaram a proposta da Florida como extrema, porque muitas mulheres ainda não percebem que estão grávidas mesmo depois das seis semanas.
O projeto contém algumas exceções, inclusive para salvar a vida da mulher. Abortos em casos de gravidez envolvendo violação ou incesto serão permitidos até às 15 semanas de gravidez, desde que a mulher tenha documentação como ordem de restrição ou registo da ocorrência.
Com este projeto de lei da Florida, as drogas utilizadas em abortos induzidos por medicamentos, que compõem a maioria, podem ser dispensadas apenas pessoalmente ou por um médico.
Separadamente, o acesso nacional à pílula abortiva mifepristona está a ser alvo de uma batalha judicial.
A proibição do aborto é popular entre alguns conservadores religiosos que fazem parte da base de votação do Partido Republicano, mas a questão motivou muitos outros a votar nos democratas.
Os republicanos sofreram nas últimas semanas e meses derrotas em eleições centradas no acesso ao aborto em estados como Kentucky, Michigan e Wisconsin.
A Casa Branca já tinha criticado no início do mês Ron DeSantis pelo projeto de lei.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, referiu na altura que a proposta está "errada e fora de contacto com a esmagadora maioria" dos norte-americanos.
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