"A investigação está em andamento e ações importantes estão a ser tomadas para proteger as informações", disse Blinken hoje em conferência de imprensa em Hanói, onde se encontra desde sexta-feira, rumo a Karuizawa (Japão) com o objetivo de participar de um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7.
Questionado se teme que a fuga de informações, pela qual os Estados Unidos detiveram o lusodescendente Jack Teixeira, de 21 anos, como suspeito, possa perturbar a reunião com os seus homólogos do G7, Blinken disse: "O que ouvi até agora é apreço pelos passos tomados. A nossa cooperação não foi afetada".
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou na sexta-feira que os serviços de informações "protejam ainda mais" os documentos confidenciais, após este caso que abalou Washington nos últimos dias.
"Enquanto continuamos a determinar a autenticidade desses documentos, instruí as agências militares e de informações para tomarem medidas para proteger e limitar ainda mais a distribuição de informações confidenciais. A nossa equipa de segurança nacional está a coordenar-se de perto com os nossos parceiros e aliados", disse o Presidente norte-americano.
Biden também elogiou a investigação ao caso em curso, bem como a resposta rápida das autoridades, perante a fuga dos documentos classificados do Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano), alguns dos quais com informação sensível sobre a guerra na Ucrânia.
O principal suspeito da fuga dos documentos militares confidenciais, Jack Teixeira, de 21 anos, membro da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts, foi já presente a um juiz em Boston e formalmente acusado de "retenção e transmissão não autorizadas de informações de defesa nacional" e de "remoção e retenção não autorizadas de documentos ou materiais classificados".
As duas acusações podem implicar uma pena máxima de até 15 anos de prisão.
Jack Teixeira vai ficar preso preventivamente até à audiência de detenção, na quarta-feira, decidiu igualmente o tribunal federal de Boston.
Os documentos publicados 'online' revelam preocupações dos serviços secretos norte-americanos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas, que invadiram a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, devido a problemas de falta de instrução militar e de logística, bem como as preocupações dos Estados Unidos sobre a capacidade de Kiev continuar a defender-se dos ataques de Moscovo.
Dezenas de fotografias desses documentos foram divulgadas no Twitter, Telegram ou Discord nos últimos dias. Algumas delas estiveram a circular na Internet durante semanas, senão meses, antes de atrair a atenção da imprensa.
No entanto, as autoridades dos Estados Unidos não confirmaram publicamente a autenticidade dos documentos publicados 'online', que também não foram confirmados de forma independente.
Apesar disso, o Pentágono reconheceu que este caso representa um risco "muito sério" para a segurança nacional dos Estados Unidos.
Além do tema relacionado com a invasão russa da Ucrânia, alguns documentos também parecem indiciar a obtenção de informações secretas pelos Estados Unidos junto de alguns dos seus aliados, como Israel e Coreia do Sul, países que Washington tem estado a tentar tranquilizar.
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