"A UE exorta todas as partes a mostrar liderança e trabalhar para uma cessação imediata das hostilidades. Neste momento crítico, deve ser dada prioridade a silenciar as armas, aliviar a situação e resolver as diferenças através do diálogo", disse Borrell em comunicado.
O chefe da diplomacia europeia sublinhou que nos últimos meses tanto as Forças Armadas como as RSF (sigla em inglês das Forças de Apoio Rápido) têm feito "enormes esforços" para recolocar o país no caminho da democracia ao chegarem a um acordo-quadro que abre caminho a um Governo liderado por civis, e considerou que os acontecimentos de hoje "põem em perigo esses importantes avanços".
A UE, acrescentou, vai continuar a coordenar-se estreitamente com os parceiros regionais e internacionais para promover um caminho para um acordo político que traga "paz, estabilidade e desenvolvimento económico" ao país africano.
Hoje houve confrontos entre as Forças Armadas sudanesas e o grupo paramilitar, que acusou o Exército sudanês de lançar uma ação contra uma das suas bases em Cartum, enquanto as Forças Armadas garantiram que a realizaram em resposta a um ataque que as RSF já tinham realizado anteriormente naquela cidade.
Os combates em Cartum e outras cidades do país degeneraram numa das piores escaladas de violência dos últimos anos, que deixou pelo menos três civis mortos e dezenas de feridos, de acordo com o Sindicato dos Médicos do Sudão.
Os confrontos surgem dois dias depois de o Exército ter alertado que o país atravessa uma "situação perigosa" que pode conduzir a um conflito armado, na sequência da mobilização de unidades das RSF na capital sudanesa e noutras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.
Essa mobilização ocorreu durante as negociações para chegar a um acordo político definitivo que pusesse fim ao golpe de 2021 e conduzisse o Sudão a uma transição democrática, pacto cuja assinatura foi adiada duas vezes neste mês justamente por causa das tensões e rivalidades entre os Exército e as RSF.
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