O sindicato referiu a morte de 56 civis no sábado e de 41 no domingo, sendo que cerca de metade terá morrido na capital, Cartum. Quanto aos combatentes, os mortos contam-se "às dezenas", asseguram os médicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) avançou que "vários dos nove hospitais de Cartum que recebem civis feridos não têm mais sangue, equipamento de transfusão, fluidos intravenosos e outros materiais vitais".
Outras fontes médicas disseram que os doentes e os seus familiares "não têm mais comida nem bebida" e que os pacientes já recuperados não podem sair dos hospitais em segurança, o que cria "um congestionamento que impede todos de serem atendidos".
O grupo referiu ainda cortes de energia nas salas de cirurgia.
Em alguns bairros de Cartum, tanto o fornecimento de eletricidade como o abastecimento de água potável estão completamente cortados desde sábado. As poucas mercearias que permanecem abertas já avisaram que poderão ficar sem alimentos dentro de poucos dias.
O Exército do Sudão garantiu no domingo à noite que a situação era "extremamente estável" e que os combates eram "limitados", enquanto os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) disseram estar "a caminho de uma vitória definitiva".
Os paramilitares alegaram terem tomado o aeroporto e entrado no palácio presidencial, algo negado pelas Forças Armadas sudanesas.
Mais de um milhar de pessoas foram retiradas no domingo de centros e instalações em Cartum, através de corredores humanitários na cidade e numa breve pausa de três horas nos combates, disse à agência de notícias Efe um trabalhador do Crescente Vermelho sudanês.
No entanto, as hostilidades não cessaram em áreas distantes dos centros urbanos, tais como perto do quartel-general do Exército, ou nas proximidades do Aeroporto Internacional de Cartum, onde ocorreu uma explosão num depósito de combustível.
No fim de semana, os confrontos entre as duas partes intensificaram-se, tendo como pano de fundo uma luta de poder entre os dois generais que governam o Sudão desde o golpe de Estado de 2021.
Os confrontos começaram na manhã de sábado, dois dias após o Exército ter advertido que o país atravessa uma "conjuntura perigosa" que poderia levar a um conflito armado, na sequência do destacamento de unidades das RSF na capital sudanesa e noutras cidades, sem o consentimento ou a coordenação das Forças Armadas.
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