"As acusações não têm base factual e não existem esquadras da polícia [chinesa] no exterior", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.
As autoridades norte-americanas prenderam na segunda-feira dois homens, identificados como "Harry" Lu Jianwang, de 61 anos, e Chen Jinping, 59 anos, ambos cidadãos norte-americanos.
De acordo com a justiça norte-americana, os dois homens são acusados de terem montado uma unidade em Chinatown, em Manhattan (Nova Iorque), onde ofereciam alguns serviços básicos, como ajudar cidadãos chineses a renovar a carta de condução chinesa. A criação desta operação terá sido supervisionada por um funcionário da polícia na China.
As autoridades norte-americanas indicaram que a chamada esquadra secreta chinesa assumia outras funções, incluindo a localização de dissidentes chineses que vivem nos Estados Unidos da América (EUA).
O Departamento de Justiça dos EUA também acusou 34 funcionários do Ministério da Segurança Pública da China de criar e usar milhares de contas falsas na rede social Twitter e outras plataformas para assediar dissidentes chineses a residir no exterior.
"A China opõe-se firmemente à difamação e à manipulação política dos EUA, que fabricaram maliciosamente a narrativa da chamada repressão transfronteiriça e processaram descaradamente os agentes da lei chineses", disse Wang Wenbin, afirmando que a China não interfere na soberania de outros países.
"Exortamos os EUA a refletir imediatamente sobre as suas ações, a abandonar a sua mentalidade de Guerra Fria e preconceitos ideológicos, a pôr imediatamente termo à negligência, manipulação política e ataques difamatórios contra a China", acrescentou o porta-voz.
As autoridades chinesas assediaram em várias ocasiões os seus próprios cidadãos, mesmo depois de terem deixado a China por vários motivos, sejam políticos ou económicos, segundo relatam as agências internacionais, que referem igualmente que Pequim recorre a tratados de extradição, mas também a métodos não oficiais, como a pressão coerciva sobre familiares a residir na China.
A agência de notícias Associated Press (AP) informou que uma mulher chinesa foi detida no Dubai, num centro de detenção administrado por chineses.
Nos últimos anos, Pequim realizou duas campanhas separadas para trazer de volta à China suspeitos procurados principalmente por crimes económicos, como parte da campanha anticorrupção lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping.
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