O processo no Supremo Tribunal acontece após uma breve determinação de um tribunal federal de recurso que manteve em vigor uma ordem judicial que bloqueava a política de pessoas transgénero em todo o país.
O Presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva uma semana depois da posse, em janeiro, alegando que a identidade sexual dos militares transgénero "entra em conflito com o compromisso do soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, mesmo na vida pessoal", argumentando que tal é prejudicial para a prontidão militar.
Em resposta a esta exigência presidencial, o secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, emitiu regras que presumivelmente desqualificam as pessoas transgénero para o serviço militar.
Contudo, semanas depois, em março, o juiz Benjamin Settle, de um tribunal distrital em Tacoma, no estado de Washington, decidiu a favor de vários militares transgénero de longa data, que alegaram que a proibição de prestar serviço é um insulto e discriminatória, e que uma demissão ia causar danos permanentes às suas carreiras e reputações.
Settle argumentou que o Governo republicano de Trump não ofereceu qualquer explicação sobre o motivo pelo qual os soldados transgénero, que puderam servir abertamente nos últimos quatro anos sem qualquer evidência de problemas, deviam ser subitamente banidos das Forças Armadas.
O juiz foi nomeado pelo antigo presidente republicano George W. Bush e foi capitão do Corpo de Juízes Advogados Gerais do Exército dos Estados Unidos.
Em 2016, durante a presidência de Barack Obama, uma diretiva do Departamento de Defesa permitiu que pessoas transgénero servissem abertamente nas Forças Armadas.
Durante o primeiro mandato de Trump na Casa Branca, o Presidente emitiu uma diretiva para banir os militares transgénero, com exceção de alguns que já tinham iniciado a transição sob regras mais brandas em vigor durante o Governo democrata de Obama.
O Supremo Tribunal permitiu que esta proibição entrasse em vigor, mas o ex-presidente Joe Biden reverteu a medida, quando assumiu o cargo, em 2021.
As regras que o Departamento de Defesa quer aplicar não admitem exceções.
Milhares de pessoas transgénero servem nas forças armadas, mas representam menos de 1% do número total de militares no ativo.
A diretiva de Trump também foi bloqueada por um juiz federal na capital do país, mas a decisão foi temporariamente suspensa por um tribunal federal de recurso, que ouviu os argumentos na terça-feira.
Numa decisão mais limitada, um juiz de Nova Jérsia também proibiu a Força Aérea de remover dois homens transgénero, alegando que estes mostraram que esta decisão ia causar danos duradouros às carreiras e reputações e que nenhum acordo monetário podia reparar.
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