Kosovo quer realizar eleições locais apesar de boicote de minoria sérvia

O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, insistiu hoje em realizar a 23 de abril eleições locais nos quatro municípios do norte de maioria sérvia, apesar de esta ter anunciado que boicotaria o escrutínio por se sentir discriminada.

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© REUTERS/Laura Hasani

Lusa
18/04/2023 15:45 ‧ 18/04/2023 por Lusa

Mundo

Kosovo

"Não temos motivos para crer que haverá obstáculos ao processo [eleitoral] no domingo", disse Kurti, assegurando que estão a ser ultimados os preparativos para a sua realização, segundo o portal da internet do diário kosovar Koha.

O político nacionalista acusou as autoridades da Sérvia, país que não reconhece a independência da sua antiga província, da "propaganda mediática" contra essas eleições.

A principal formação política sérvio-kosovar, a Lista Sérvia, apoiada por Belgrado, boicotará as eleições antecipadas no setor setentrional de Mitrovica, Zubin Potok, Leposavic e Zvecan, onde se concentra a minoria sérvia do Kosovo.

As eleições foram convocadas depois de os representantes dos sérvios terem abandonado em novembro passado as instituições kosovares, como o poder judicial, a polícia e a administração local, argumentando que se sentem discriminados.

Denunciando um aumento das intimidações, os sérvio-kosovares exigem, para participar nas eleições, que lhes seja concedida alguma autonomia, um objetivo não cumprido, apesar de ter sido acordado em 2013, sob os auspícios da União Europeia (UE).

Exigem também a retirada do norte do país da polícia especial enviada por Pristina em dezembro, sustentando que a sua presença viola os acordos alcançados entre o Kosovo e a Sérvia.

Vários analistas e organizações não-governamentais (ONG) kosovares consideram que não estão reunidas as condições para a realização de eleições livres e justas no norte, neste momento, e que se espera uma baixa afluência às urnas, o que poderá pôr em causa a legitimidade do escrutínio.

A antiga província sérvia do Kosovo proclamou em 2008 a sua independência, que a Sérvia não reconhece.

Ambos os países estão a negociar a normalização das suas relações segundo um novo plano da UE, que conta com o apoio de Washington, e um calendário para a sua aplicação acordado em março passado.

Leia Também: Ex-dirigente kosovar diz que acusações "doem mais do que tortura"

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