Ousman Sonko está em prisão preventiva desde a sua detenção, em 26 de janeiro de 2017 na Suíça, onde tinha apresentado um pedido de asilo após ter sido demitido do seu cargo de ministro do Interior, que deteve durante 10 anos até setembro de 2016, durante o regime de Jammeh, que governou o país entre 1994 e 2017.
Após uma extensa investigação que durou mais de seis anos, o Ministério Público Federal Suíço (MPC) apresentou a sua acusação ao Tribunal Penal Federal na segunda-feira, de acordo com um comunicado divulgado hoje pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
As acusações contra Sonko cobrem o período entre 2000 e 2016 e, de acordo com a acusação suíça, configuram crimes contra a Humanidade, na medida em que é acusado de "ter, na sua capacidade e funções, apoiado, participado e não se ter oposto aos ataques sistemáticos e generalizados levados a cabo no contexto da repressão das forças de segurança da Gâmbia contra qualquer opositor do regime do Presidente Yahya Jammeh".
Esta "política repressiva" visava "em particular opositores políticos, jornalistas e suspeitos de golpes de Estado e caracterizou-se alegadamente pelo uso sistemático de tortura, violação, execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias ou desaparecimentos forçados", acrescenta-se no comunicado do MPC.
A Gâmbia, um pequeno país da África Ocidental e antiga colónia britânica, foi governada com mão de ferro durante 22 anos por Yahya Jammeh, que vive exilado na Guiné Equatorial depois de ter sido derrotado nas eleições presidenciais de dezembro de 2016, conclui a AFP.
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