Inundações afetaram mais de 2,6 milhões de sul-sudaneses em quatro anos

Mais de 2,6 milhões de sul-sudaneses, quase um quarto da população, foram afetados por inundações que atingiram o país nos últimos quatro anos, segundo um relatório conjunto das Nações Unidas (ONU) e de uma comissão governamental divulgado hoje.

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© Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
18/04/2023 18:47 ‧ 18/04/2023 por Lusa

Mundo

Sudão do Sul

O documento, realizado entre outubro e novembro de 2022, revela que "as cheias tiveram um impacto catastrófico" em todos os dez estados que formam o país, um dos mais pobres do mundo.

A nação mais jovem do mundo, que ganhou a independência em relação ao Sudão em 2011, tem sofrido inundações regulares desde 2017 causadas por chuvas torrenciais que mataram pelo menos 172 pessoas, de acordo com o relatório.

"Estradas e pontes foram arrastadas, instalações de saúde abandonadas ou destruídas, colheitas e pastagens submersas, famílias devastadas e pais separados dos seus filhos", disse Manase Lomole Waya, presidente da Comissão de Socorro e Reabilitação (SSRRC).

Depois de conquistar a independência, o Sudão do Sul mergulhou numa guerra civil entre apoiantes de dois inimigos, Riek Machar e Salva Kiir, que deixou quase 400.000 mortos e milhões de deslocados entre 2013 e 2018.

Um acordo de paz assinado em 2018 prevê o princípio da partilha do poder num Governo de unidade nacional com Kiir como presidente e Machar como vice-presidente.

Até julho, mais de 7,7 milhões de pessoas - de uma população estimada em 12 milhões - estão em risco de insegurança alimentar aguda, alertaram três agências da ONU (FAO, UNICEF, PAM) em novembro de 2022, um nível nunca alcançado nem mesmo durante a guerra civil.

O país ocupa a 191.ª e última posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e tem uma das taxas de alfabetização mais baixas do mundo (35% em 2018, de acordo com o Banco Mundial).

A ONU e a comunidade internacional acusam regularmente os líderes do Sudão do Sul de manterem o 'status quo', de alimentarem a violência, de suprimirem as liberdades políticas e de desviarem fundos públicos.

Leia Também: Cartum regista mais explosões e caos mesmo com apelos para cessar-fogo

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