Iniciado processo de libertação de detidos durante conflito do Tigray

A autoridade provisória que administra a região do Tigray, no norte da Etiópia, iniciou o processo de libertação das pessoas detidas durante o conflito de dois anos, entre novembro de 2020 e novembro de 2022.

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Lusa
19/04/2023 22:47 ‧ 19/04/2023 por Lusa

Mundo

Etiópia

Fonte da autoridade interina detalhou que as libertações, como parte do processo de paz entre o Governo e a Frente Popular de Libertação do Povo Tigray (TPLF, na sigla em inglês), começaram esta segunda-feira e acrescentou que todos eles foram acusados de violar as restrições impostas pelo estado de emergência.

O chefe do gabinete do departamento de justiça, Hadush Tesfa, especificou, em declarações publicadas hoje pelo jornal etíope Addis Standard, que entre as pessoas libertadas estão membros da administração interina estabelecida pelo governo depois de assumir o controle da capital da província, Mekelle, após o início das hostilidades.

Alguns dos libertados ainda estão sob investigação e outros já foram acusados ou mesmo condenados, detalhou a mesma fonte, sem dar um número concreto dos beneficiários, que pode ascender a mais de 10.000, de acordo com grupos da oposição do Tigray.

Além disso, destacou, os acusados de assassínio, violência sexual ou "cooperação com o Governo eritreu" - que apoiou a Etiópia na sua ofensiva contra a TPLF - não serão libertados.

Hadush explicou que a decisão de libertar estes detidos está em linha com o acordo de paz alcançado em novembro de 2022 entre o executivo etíope e a TPLF na capital sul-africana, Pretória.

A autoridade interina em Tigray, dependente do Governo etíope, mas com certos poderes de autonomia -- e chefiada pelo porta-voz da TPLF, Getachew Reda -, tem como principal objetivo a consolidação das rotas de abastecimento para facilitar a chegada de ajuda humanitária aos afetados pelos combates.

O conflito terá provocado entre 100.000 e 600.000 mortos, segundo estimativas não oficiais de responsáveis etíopes e da União Africana, respetivamente.

Leia Também: Governo etíope confirma avanços no processo de paz em Tigray

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