O secretário de Estado da Educação dos Estados Unidos, Miguel Cardona, recusou, na terça-feira, definir “o que é uma mulher”, defendendo que o seu papel é garantir que todos os alunos têm acesso à “educação pública, o que inclui atividades extracurriculares”, numa referência ao desporto escolar.
O episódio ocorreu depois do deputado republicano Andrew Clyde interrogar o secretário de Estado do governo Biden durante uma audiência do Comité de Apropriações da Câmara, na qual Cardona defendeu mudanças que tornariam ilegal para as escolas proibir atletas transgénero de jogar em equipas desportivas de acordo com sua identidade de género.
“Pode-me dizer ou definir-me o que é uma mulher?”, questionou o republicano.
Cardona desviou a pergunta, defendendo que o objetivo do Departamento de Educação é “fornecer acesso igualitário a alunos, incluindo alunos LGBTQ – acesso livre de discriminação”.
“Qual é a definição de mulher?”, insistiu Clyde.
“Acho que isso é quase secundário em relação ao importante papel que tenho como secretário de Educação”, respondeu Cardona.
Novamente interrogado, Cardona reforçou que o seu trabalho é assegurar que “todos os alunos tenham acesso à educação pública, o que inclui atividades extracurriculares”.
Na mesma audiência, Cardona também recusou dizer se “um homem biológico que se identifica como mulher deve ter permissão para competir em desportos femininos”. O governante defendeu apenas que “todos os alunos” devem ter acesso a desportos escolares.
Sublinhe-se que o governo dos EUA apresentou uma proposta que pretende impedir escolas e faculdades de proibirem atletas transgénero de competirem de acordo com a sua identidade de género, embora as equipas pretendam criar alguns limites, para garantir a justiça.
A proposta da administração liderada pelo democrata Joe Biden representa um contra-ataque político a uma onda de estados liderados por republicanos que procuram proibir atletas transgénero de competir em desportos escolares nas equipas alinhadas com a sua identidade de género.
Caso seja finalizada, a proposta será consagrada como uma disposição do Título IX, a legislação histórica de igualdade de género promulgada em 1972.
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