Apesar da detenção controversa na Rússia, o jornalista norte-americano Evan Gershkovich continua "de bom espírito" e a tentar manter-se ativo na prisão, garantem os seus colegas no Wall Street Journal.
Esta quarta-feira, numa entrevista à Sky News, um editor do jornal, Thorold Barker, disse que Gershkovich continua "de boa saúde e de bom espírito", e tem-se entretido com os vídeos que o permitem ver.
"Ele vê programas de culinária, aparentemente, ele exercita, lê clássicos, o 'Guerra e Paz'", disse Barker, que salienta que o jornalista de 31 anos é "uma pessoa muito positiva".
Gershkovich soube na terça-feira que vai continuar detido em prisão preventiva, depois de o tribunal de Moscovo ter recusado o pedido de libertação enquanto aguarda julgamento por alegada espionagem.
O Wall Street Journal e vários países ocidentais, especialmente os Estados Unidos, condenaram a prisão do repórter, que consideram ser mais uma jogada política por parte do Kremlin, à semelhança do que tem feito com dissidentes russos e com a atleta norte-americana Britney Griner (que foi libertada numa troca de prisioneiros).
Thorold Barker mostrou-se satisfeito pela postura "entusiástica" de Gershkovich nos últimos dias, mesmo estando detido e, apesar de estar "muito desiludido" com a decisão da justiça russa, não foi "propriamente inesperada".
"Para nós na redação, vê-lo saudável e a parecer corajoso e composto, naquela situação muito difícil, foi reconfortante. Mas também muito assombroso para as pessoas ver a triste realidade de ele naquela caixa", referiu o editor do Wall Street Journal, que já está à espera de um processo longo. "É uma situação tão opaca de acusações que não percebemos", referiu.
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