A vice-presidente da Nicarágua e mulher de Ortega, Rosario Murillo, revelou através dos 'media' estatais que o chanceler russo chegou por volta das 13:11 (19:11 em Lisboa) ao Aeroporto Internacional Augusto C. Sandino, o principal do país.
Lavrov foi recebido no aeroporto pelo homólogo nicaraguense, Denis Moncada, e Laureano Ortega Murillo, filho do casal presidencial daquele país.
O Presidente Ortega, segundo Murillo, tinha previsto um encontro com Lavrov nas "próximas horas", para discutir a presença da Rússia na América Latina e nas Caraíbas, bem como a cooperação bilateral entre os dois países, como parte de um "diálogo construtivo e respeitoso".
Murillo, que disse na véspera que a Nicarágua e a Rússia estão unidas por "laços históricos, revolucionários, solidários e fraternos", comemorou a criação de um "mundo multipolar", encabeçado pela China e pela Rússia.
O chefe da diplomacia russa chegou a Manágua após uma visita ao Brasil, onde se reuniu com o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e também com o chanceler, Muro Vieira.
Seguiu-se a Venezuela, onde se reuniu com o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, bem como com o chanceler, Yván Gil.
Lavrov também se reuniu em Caracas com o seu homólogo boliviano, Rogelio Mayta, a quem expressou o desejo de que o Presidente do país andino, Luis Arce, possa visitar a Rússia assim que tiver oportunidade.
O chanceler russo também se reuniu na embaixada em Caracas com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, segundo o Kremlin.
Espera-se que após a breve passagem por Nicarágua, onde encabeçava uma grande delegação russa, Lavrov chegue esta noite a Cuba, país com quem a Rússia mantém intensas relações económicas e políticas.
Nicarágua e a Rússia, que estabeleceram as suas relações diplomáticas desde 1944, fortaleceram os laços e a cooperação bilateral em diferentes áreas após o regresso ao poder de Ortega e dos sandinistas em 2007.
A Rússia é um antigo aliado da Nicarágua que durante o primeiro governo sandinista (1979-1990) forneceu armas soviéticas às Forças Armadas da Nicarágua.
A Nicarágua é um dos poucos países, juntamente com a Venezuela e os pequenos estados insulares de Nauru e Tuvalu, que se uniram à Rússia no reconhecimento da independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul, e que recebeu altos funcionários russos desde Moscovo invadiu a Ucrânia.
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