Sauditas e outros estrangeiros já foram retirados do Sudão

Sauditas e cidadãos de outros países retirados do Sudão chegaram hoje a Jeddah, cidade portuária da Arábia Saudita, no dia em que o chefe do exército admitiu não controlar o aeroporto internacional de Cartum, comprometendo operações de retirada.

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© AFP via Getty Images

Lusa
22/04/2023 14:37 ‧ 22/04/2023 por Lusa

Mundo

Sudão

"Chegou o primeiro navio com pessoas retiradas do Sudão, que transportava 50 cidadãos (sauditas) e vários cidadãos de outras nacionalidades de países amigos", adiantou o canal televisivo Al-Ekhbariyah, citado pela AFP.

No entanto, o retomar dos combates está a impossibilitar as operações de retirada de estrangeiros previstas.

O líder do exército sudanês, Abdelfatah al-Burhan, anunciou hoje que, nas próximas horas, estava prevista a retirada de cidadãos estrangeiros e de diplomatas de Cartum, mas a retoma dos combates, entretanto, poderá inviabilizar todas as operações.

Antes do reinício dos confrontos, no segundo dia de tréguas, al-Burhan tinha garantido que estava prevista para hoje a retirada, por via aérea, de cidadãos e diplomatas norte-americanos, britânicos, franceses, chineses e de outras nacionalidades, tendo a Arábia Saudita e a Jordânia conseguido fazer sair os respetivos concidadãos por via terrestre.

No entanto, os combates entre os rivais militares recomeçaram hoje na capital sudanesa, Cartum, nas proximidades do palácio presidencial e do Comando Geral do Exército, enquanto um projétil atingiu um bairro residencial causando a morte de seis pessoas, segundo avançaram à agência noticiosa espanhola EFE fontes de organizações humanitárias e testemunhas.

Burhan admitiu hoje que o exército do Sudão não controla o aeroporto internacional de Cartum, capital do país, assim como o de Nyala, sudoeste sudanês.

"Todos os aeroportos estão sob controlo do exército, menos o aeroporto de Cartum que tem problemas de segurança, assim como o de Nyala", disse o também presidente do Conselho Soberano numa entrevista à televisão saudita Al Arabiya, citada pela EFE.

Estas declarações surgem depois de Burhan ter dado luz verde à retirada por via aérea das missões diplomáticas e dos seus cidadãos, começando pelos EUA, França, Reino Unido e China.

O aeroporto internacional de Cartum está fora de serviço desde o primeiro dia do conflito entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) e continuam hoje os combates nas zonas adjacentes.

As FAR reclamaram no primeiro dia do conflito ter controlo do aeroporto situado no centro de Cartum, tendo o Exército imediatamente negado.

Os combates entre o Exército Sudanês e o poderoso grupo paramilitar FAR começaram a 15 deste mês, apesar de várias tentativas de tréguas humanitárias e após semanas de tensão pela reforma das forças sudanesas nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos 413 pessoas morreram e 3.551 ficaram feridas no Sudão desde o início do conflito.

Leia Também: Regresso de confrontos no Sudão compromete retirada de civis e diplomatas

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