Os corpos foram encontrados na floresta de Shakahola, no subcondado de Malindi, na zona este do Quénia, em terras pertencentes ao pastor Paul Mackenzie Nthenge, líder da seita religiosa conhecida como Igreja Internacional das Boas Notícias.
"O que aconteceu no massacre da floresta de Shakahola é o exemplo mais claro de abusos num local constitucionalmente protegido para a liberdade de culto. (...) Foram cometidos crimes em grande escala segundo a lei queniana", disse Kithure Kindiki, num comunicado.
"Ainda que o Estado continue a respeitar as liberdades religiosas, este horrível ataque à nossa consciência deve levar não apenas à punição mais severa dos perpetradores da atrocidade cometida contra tantas almas inocentes, mas a uma regulamentação mais restrita -- incluindo a autorregulação -- de todas as igrejas, mesquitas, templos ou sinagogas no futuro", acrescentou o ministro.
Kithure Kindiki disse ainda que irá visitar a cidade na terça-feira, enquanto a área, de mais de 300 hectares, está vedada e a ser investigada como um local do crime.
O responsável pelas investigações em curso, Charles Kamau, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que vão ser feitas mais escavações para encontrar outras vítimas, uma vez que há relatos da existência de uma vala comum.
Segundo a AFP, vários seguidores da seita estão escondidos na floresta de Shakahola, tendo sido encontrada no domingo uma mulher ainda com vida, "com os olhos esbugalhados e que se recusou a comer" antes de ser encaminhada para uma ambulância.
O pastor Paul Mackenzie Nthenge está detido depois de se ter entregado à polícia no dia 15 deste mês.
As autoridades quenianas acusam Nthenge de encorajar os seguidores, que podem ser centenas de pessoas de todo o país, a jejuarem até morrer, com o objetivo de encontrar Jesus.
Na semana passada, outros 11 seguidores de Nthenge, com idades entre os 17 e os 49 anos, foram hospitalizados depois de terem sido resgatados na floresta.
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