EUA preocupados com presença de mercenários do grupo Wagner no Sudão

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, manifestou hoje preocupação com a presença do grupo russo de mercenários Wagner no Sudão, onde violentos combates persistem há 10 dias opondo o exército a uma força paramilitar, provocando centenas de mortos.

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Lusa
24/04/2023 18:17 ‧ 24/04/2023 por Lusa

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"Estamos muito preocupados com o envolvimento do grupo de Prigozhin - o grupo Wagner - no Sudão", disse Blinken numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo queniano Alfred Mutua, em que criticou o papel desempenhado por alguns países do Médio Oriente.

"Já há algum tempo que estamos preocupados com o papel desempenhado por alguns dos nossos amigos no Médio Oriente, bem como pela Rússia e outros, no apoio a um ou outro lado", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros queniano, salientou que "não é altura de tomar partido por nenhum dos lados".

Mutua não mencionou nenhum país em particular e disse que agora o importante é as "forças externas deixarem o Sudão em paz".

Blinken afirmou que o grupo Wagner, que também está ativo no Mali e na República Centro-Africana, traz "mais morte e destruição onde quer que esteja presente".

Segundo a imprensa, citando funcionários, o grupo Wagner forneceu armas aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, que se opõe ao general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do Sudão.

O ministro queniano manifestou igualmente a esperança de que o seu país possa mediar o conflito, reiterando que o Presidente William Ruto está pronto para viajar para o Sudão logo que as condições o permitam.

Os Estados Unidos retiraram o seu pessoal diplomático do Sudão - menos de 100 pessoas - e suspenderam as operações na sua embaixada em Cartum no sábado à noite, em resposta à deterioração da situação de segurança.

Washington excluiu, para já, qualquer operação para retirar os restantes cidadãos americanos do Sudão, preferindo ajudá-los caso a caso.

O secretário de Estado norte-americano não quantificou o número de cidadãos norte-americanos, muitos dos quais têm dupla nacionalidade sudanesa, mas disse que "algumas dezenas" tinham manifestado às autoridades o desejo de abandonar o país.

"Estamos a trabalhar em estreita colaboração com os nossos aliados e parceiros para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para os ajudar a encontrar uma saída, se for essa a sua decisão", disse Blinken, salientando as dificuldades.

Blinken referiu-se ainda ao ataque e saque de que foi alvo uma coluna, sem dar mais pormenores.

Leia Também: Mais de 1.200 europeus serão retirados do Sudão até esta 2.ª-feira

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