Falta um ano e meio até às eleições presidenciais norte-americanas, mas a lista de candidatos à Casa Branca vai-se avolumando e, na Flórida, a lista de residentes na corrida pode aumentar ainda mais - com a candidatura de Donald Trump já em pleno andamento e a de Ron DeSantis prestes a começar.
Segundo avança a televisão local WMUR, do grupo da ABC News, o 'mayor' de Miami, Francis Suarez, vai decidir "brevemente" se irá concorrer às eleições presidenciais de 2024, aproveitando o seu legado na cidade e como um líder hispânico para fazer frente aos outros dois republicanos de alto gabarito.
Suarez, reeleito em 2021, apresenta-se como um republicano mais moderado do que Trump ou DeSantis - o primeiro, conhecido pelas suas atitudes populistas e nacionalistas, enquanto presidente entre 2017 e 2021; e o segundo por políticas que têm limitado os direitos e liberdades da comunidade LGBTI+ no estado da Flórida, enquanto governador. DeSantis ainda não anunciou oficialmente a sua candidatura, mas praticamente todos os grandes órgãos de comunicação estão a apontar para um anúncio no verão, apesar de altos cargos no partido estarem cada vez mais irrequietos com as suas atitudes.
2024 Republican primary polling trends by Morning Consult
— InteractivePolls (@IAPolls2022) April 25, 2023
January 2:
• Trump — 45% (+11)
• DeSantis — 34%
February 25:
• Trump — 48% (+18)
• DeSantis — 30%
April 16:
• Trump — 53% (+29)
• DeSantis — 24%
APRIL 23:
• Trump — 58% (+37)
• DeSantis — 21% pic.twitter.com/7cO3YruqWf
O autarca protagoniza uma tendência crescente no Partido Republicano, que nas últimas eleições tem assistido a um aumento no número de votos da comunidade latina (especialmente cubana). E, segundo explica a ABC News, Suarez é mais moderado e centrista na questão da imigração - um tema muito importante para esta parte da população -, assim como na questão das alterações climáticas, defendendo uma abordagem mais efetiva e realista.
Francis Suarez assume-se, também, como mais positivo do que Trump que, antes, durante e após a sua presidência, tem profetizado uma série de desgraças em torno da situação económica e social nos Estados Unidos.
Em abril, durante uma conferência no New Hampshire - um estado crucial para putativos candidatos à Casa Branca, comummente usado para serem medidas as forças das suas campanhas - o 'mayor' de Miami defendeu que o candidato republicano deve ser "alguém que possa comunicar e conectar-se com os hispânicos", alguém que consiga "ganhar as eleições para uma geração, e não só para uma presidência".
"Quero que essa pessoa tenha uma visão positiva - e vou frisar essa palavra -, positiva para o futuro. E acho que estamos a ter muito negativismo, muita divisão", defendeu Suarez, citado pela ABC News.
O autarca foi eleito em 2021 com uns esmagadores 78% dos votos, numa cidade onde mais de 70% é de etnia latina.
Além de Trump, os restantes republicanos que já anunciaram candidaturas foram Nikki Haley, a antiga embaixadora na ONU, nomeada por Trump; Vivek Ramaswamy, um multimilionário que pretende cortar investimento em políticas ambientais; e Asa Hutchinson, o ex-governador do Arkansas que foi um dos procuradores no caso de exoneração de Bill Clinton, nos anos 90.
Mas qualquer candidato republicano que vença as primárias no seu partido terá de enfrentar Joe Biden, o atual presidente norte-americano que, na terça-feira, anunciou a sua recandidatura. Com 80 anos, Biden é o grande favorito a ser reeleito e, dentro do Partido Democrata, não enfrenta qualquer candidato de peso.
Os únicos democratas a anunciarem candidaturas, até agora, foram Marianne Williamson, uma escritora de livros de autoaajuda, e Robert F. Kennedy Jr., mais conhecido por promover teorias de conspiração, especialmente informações falsas relativamente a vacinas.
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