Presidente chinês garante a Zelensky que está do lado da paz

O Presidente chinês assegurou ao seu homólogo ucraniano que a China sempre esteve do lado da paz, durante a primeira conversa telefónica entre os líderes desde o início da guerra na Ucrânia, divulgou hoje a televisão estatal CCTV.

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Lusa
26/04/2023 14:09 ‧ 26/04/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Sobre o tema da crise ucraniana, a China sempre esteve do lado da paz e a sua posição fundamental é promover um diálogo de paz", afirmou Xi Jinping ao chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo o canal de televisão chinês.

"O diálogo e a negociação" são a "única saída" do conflito com a Rússia, sublinhou ainda o líder chinês.

Zelensky declarou que manteve uma conversa "longa e significativa" com o seu homólogo chinês, através da rede social Twitter, confirmado pela Presidência ucraniana à agência de notícias AFP.

O Presidente ucraniano também disse esperar "um poderoso impulso no desenvolvimento das relações bilaterais" entre Kyiv e Pequim.

Esta é a primeira conversa conhecida entre os dois líderes desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O último contacto teria sido em julho de 2021.

Após o telefonema, Zelensky nomeou o ex-ministro das Indústrias Estratégicas Pavlo Rabikin como novo embaixador da Ucrânia em Pequim.

De acordo com o gabinete do Presidente ucraniano, Zelensky assinou hoje um decreto a nomear Rabikin como "embaixador extraordinário e plenipotenciário da Ucrânia na República Popular da China".

Já o Governo chinês, após a conversa de hoje entre os dois líderes, garantiu que vai enviar um representante à Ucrânia com o objetivo de alcançar uma solução política para o conflito.

"A parte chinesa enviará um representante especial do Governo chinês, encarregado da Eurásia, para a Ucrânia e outros países para realizar intercâmbios aprofundados com todas as partes com o objetivo de alcançar uma solução política para a crise ucraniana", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês numa conferência de imprensa.

Em 24 de fevereiro, quando se assinalou o primeiro ano da invasão russa na Ucrânia, a China divulgou um documento de 12 pontos em fevereiro descrevendo a sua posição sobre o conflito. A iniciativa, vista por alguns como um plano de paz, insta principalmente Moscovo e Kyiv a manterem conversações.

O texto também se opõe a qualquer recurso a armas nucleares e apela ao respeito pela integridade territorial de todos os países -- incluindo a da Ucrânia, parte de cujo território está sob controlo russo.

Pequim não reconheceu em setembro a integração dos quatro territórios do Donbass ucraniano na Federação Russa e também não o fez em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.

Entretanto, a China, que não condenou publicamente a guerra na Ucrânia, aumentou significativamente a sua cooperação política e económica com a Rússia nos últimos meses.

Turbulentas durante a Guerra Fria, as relações Pequim-Moscovo foram significativamente fortalecidas nas últimas décadas para formar uma frente comum contra a influência dos Estados Unidos.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, saudou hoje "a disposição da parte chinesa em realizar esforços para avançar no processo de negociação".

Segundo Zakharova, a Rússia vê muitos pontos em comum entre a abordagem russa e a proposta de paz chinesa, e "o problema não está na falta de bons planos" de paz.

"Até agora, o regime de Kyiv mostrou a sua rejeição a qualquer iniciativa sensata voltada para uma solução política e diplomática para a crise ucraniana e condicionou o seu eventual consentimento a negociações sobre ultimatos com exigências irrealistas", sublinhou a porta-voz russa.

[Notícia atualizada às 15h17]

Leia Também: AO MINUTO: Zelensky e Xi? Conversa "longa"; UE "pouco difere" da NATO

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