Total de mortos nos confrontos do Sudão aumentou para 512

Pelo menos 512 pessoas morreram e 4.193 outras ficaram feridas desde o início dos confrontos no Sudão entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), em 15 de abril, anunciou hoje o Ministério da Saúde.

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Lusa
26/04/2023 18:07 ‧ 26/04/2023 por Lusa

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Sudão

No comunicado, publicado na rede social Facebook, o ministério detalha que "há 4.193 feridos e 512 mortos no país, incluindo 2.403 feridos e 163 mortos no estado de Cartum".

A nota, que não especificou se o número de mortos inclui civis e combatentes, disse que os quatro estados mais afetados pelo conflito são a capital, Cartum, e os de Darfur Ocidental, Darfur do Sul e Darfur Central, todos na parte oeste do Sudão.

O Ministério da Saúde acrescenta na nota que, após a entrada em vigor de uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos na madrugada de segunda-feira, pelo menos três pessoas foram mortas e 23 feridas só em Cartum, onde combates de baixa intensidade continuam apesar do armistício.

Por seu lado, o Sindicato dos Médicos Sudaneses advertiu, também num comunicado, que 72% dos hospitais das zonas onde se desenrolam os combates "estão fora de serviço", ou seja, 59 dos 82 centros médicos da capital e de outros Estados.

No entanto, apenas 23 hospitais estão "total ou parcialmente operacionais", sendo que alguns deles apenas prestam serviços de primeiros socorros.

O sindicato advertiu que a falta de pessoal médico, de material, de medicamentos e de equipamento cirúrgico, bem como de água potável e de eletricidade, ameaçam o encerramento dos restantes hospitais em funcionamento.

Desde o início dos combates, em 15 de abril, 14 hospitais foram bombardeados e 19 outros foram "evacuados à força", enquanto seis ambulâncias "foram atacadas".

Os combates eclodiram há onze dias, após semanas de tensão em torno do processo de reforma do exército e da integração das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) nas forças regulares, o que provocou uma luta pelo poder entre o chefe das forças armadas, general Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante dos paramilitares, general Mohamed Hamdan Dagalo.

O conflito, que está também a provocar uma vaga de deslocados, perturbou o processo de transição democrática em curso no Sudão para pôr termo ao golpe de Estado de 2021, que foi levado a cabo conjuntamente por Al-Burhan e Dagalo para depor o governo civil instituído após o derrube do antigo ditador Omar al-Bashir em 2019.

Leia Também: ONU apela aos países vizinhos do Sudão para que manter fronteiras abertas

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