Num encontro na cidade chinesa de Xi'an com representantes do Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Turcomenistão, para preparar a cimeira China - Ásia Central, que se realiza em maio, Qin lembrou que o mundo entrou num "novo período complexo e de transformações", segundo um comunicado citado pela imprensa estatal.
"Quanto mais complexa é a situação, mais devemos manter a nossa unidade", frisou.
"A China e os países da Ásia Central são bons vizinhos, amigos, parceiros e irmãos. A nossa cooperação já alcançou uma série de conquistas históricas e importantes. O desenvolvimento regional atravessa um período de vitalidade sem precedentes", disse o ministro chinês.
Qin pediu a continuação da "construção conjunta" de projetos de infraestrutura vinculados à iniciativa "Faixa e Rota", com "altos padrões e mais intercâmbio".
"Também devemos opor-nos a quaisquer forças estrangeiras que interfiram nos assuntos dos países regionais sob qualquer pretexto", acrescentou Qin Gang. O objetivo é "tornar a Ásia Central um local para a cooperação com benefícios mútuos, em vez de uma [arena] para jogos geopolíticos", frisou.
O encontro em Xi'an visou acertar os preparativos para a próxima Cimeira China - Ásia Central, que se vai realizar naquela cidade, no próximo mês, a fim de "consolidar a confiança mútua entre todas as partes e promover a conectividade, segurança e desenvolvimento".
"Esperamos que a cimeira abra um novo capítulo nas relações e traga novas oportunidades", disse Qin.
O comunicado sublinhou ainda que os diplomatas reunidos na cidade chinesa "elogiaram" a conversa telefónica de quarta-feira entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, "que visou pôr fim ao conflito [na Ucrânia] e retomar o diálogo para a paz".
Os países da Ásia Central desempenham um papel -- chave na iniciativa 'Faixa e Rota', o gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado pela China, que prevê a construção de autoestradas, portos ou ligações ferroviárias, visando abrir novas vias comerciais entre o leste da Ásia e a Europa.
A Rússia, que desde meados do século XIX é a principal potência na Ásia Central, vê assim o seu papel ameaçado, com os seus tradicionais aliados regionais a serem cobiçados pela China, Turquia e países ocidentais. Esta tendência acelerou desde a invasão russa da Ucrânia, embora Moscovo mantenha forte influência.
Nos últimos meses, além de Xi Jinping, os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respetivamente, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitaram a Ásia Central.
Uma cimeira 'online' no formato 5+1 foi organizada por Xi, em Janeiro de 2022, por ocasião do 30.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os diferentes estados da região após a desintegração da União Soviética.
A crescente influência da China suscita também alguma oposição entre as populações locais, particularmente no Quirguistão e no Cazaquistão. Em causa estão a aquisição de terrenos por entidades chinesas, o crescente endividamento para com Pequim e a repressão exercida pela China na região de Xinjiang contra os uigures -- etnia chinesa de origem muçulmana que também vive na Ásia Central.
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