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'Carniceiro de Mariupol' junta-se ao leque de demissões do Kremlin

As razões por detrás desta demissão são, por enquanto, desconhecidas. Ainda assim, os meios internacionais equacionam que este poderá ser mais um sinal da frustração do Kremlin face aos 'falhanços' na Ucrânia.

'Carniceiro de Mariupol' junta-se ao leque de demissões do Kremlin

O presidente russo, Vladimir Putin, demitiu o vice-ministro da Defesa, Mikhail Mizintsev, mais conhecido como ‘Carniceiro de Mariupol’, foi esta quinta-feira anunciado.

A notícia foi avançada pelo blogger pró-russo Alexander Sladkov, correspondente para o jornal estatal Izvestia, através da rede social Telegram.

“É meu amigo. Respeito-o muito”, começou por escrever o repórter, apontando que, apesar do nome pelo qual é conhecido, Mizintsev “não teve relação direta com o assalto” a Mariupol.

Segundo o jornalista, o responsável será substituído por Alexei Kuzmenkov, vice-chefe da Guarda Nacional russa.

As razões por detrás desta demissão são, por enquanto, desconhecidas. Ainda assim, os meios internacionais equacionam que este poderá ser mais um sinal da frustração do Kremlin face aos ‘falhanços’ na Ucrânia, numa altura em que aquele país invadido parece estar a preparar-se para uma nova contraofensiva.

Por seu turno, Anton Gerashchenko, conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, acusou Mizintsev de ter “dado ordens para bombardear uma maternidade, um hospital infantil, o Teatro Drama e as casas de civis em Mariupol”, classificando-o como “um dos favoritos de Putin”, através da rede social Twitter.

De acordo com Gerashchenko, o vice-ministro estava a cargo da logística russa, e estaria “a roubar muito”.

“Alegadamente, o Ministério da Defesa russo terá muitas demissões de alto nível devido à extrema insatisfação de Putin”, indicou.

O responsável partilhou ainda um vídeo de Mizintsev, no qual alega que o ‘Carneiro de Mariupol’ “reconhece que executaram 93 pessoas desarmadas em trajes civis” na cidade.

Antes de ser nomeado vice-ministro da Defesa, Mizintsev era, desde 2014, chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa da Federação Russa, tendo sido sancionado pelo governo britânico pelas suas ações na Síria e na Ucrânia, já em 2022.

O termo ‘Carniceiro de Mariupol’ foi cunhado pelos meios de comunicação ucranianos, uma vez que o agora vice-ministro demitido terá sido o responsável pelos bombardeamentos que assolaram a cidade, no brotar do conflito.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: A reação de um militar ucraniano salvo do cativeiro russo ao ver uma maçã

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