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Chade anuncia retirada de 351 cidadãos do Sudão em dois dias

O Chade retirou 351 cidadãos presos nos combates no Sudão num período de 48 horas, após a chegada à capital, N'Djamena, de um terceiro avião, com 130 pessoas a bordo, pouco antes da meia-noite.

Chade anuncia retirada de 351 cidadãos do Sudão em dois dias
Notícias ao Minuto

06:25 - 29/04/23 por Lusa

Mundo Sudão

O avião civil que transportava os cidadãos chadianos pousou na sexta-feira às 23h53 (mesma hora em Lisboa) na pista do aeroporto internacional de N'Djamena, vindo da cidade costeira de Port Sudan, no leste do Sudão

"Estamos a receber 130 repatriados, incluindo 15 crianças e 34 idosos", disse à agência de notícias francesa France-Press (AFP) o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Chade, Ibrahim Adam Mahamat.

Ao desembarcarem do avião, mulheres, crianças e principalmente idosos foram encaminhados para equipas da Organização Internacional para as Migrações, que realizaram um censo, observou um jornalista da AFP.

Um deles, Moussa Ahmat, apoiado numa bengala, explicou que esteve no Sudão para tratar de uma lesão na perna.

"Sofremos em Cartum. No início do conflito, tive de me refugiar na embaixada do Chade", disse Ahmat, que foi evacuado de autocarro para Port-Sudan, a quase mil quilómetros de distância, no Mar Vermelho.

Os dois primeiros voos de retirada aterraram em N'Djamena na noite de quinta-feira, vindos de Port Sudan, com 221 pessoas a bordo, dos 438 que as autoridades disseram quererem retirar do Sudão, no início da semana.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mahamat Saleh Annadif, anunciou à AFP na segunda-feira que "300 estudantes", "120 outros" cidadãos que aguardavam tratamento em Cartum e "30 soldados" atualmente em formação seriam retirados.

O Sudão entrou hoje no 15.º dia consecutivo de confrontos entre o exército e as paramilitares RSF, um conflito que já fez mais de 500 mortos e mais de 4.000 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.

As duas partes envolvidas no conflito iniciaram na sexta-feira uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária.

Nos últimos dias, apesar de terem sido anunciadas tréguas, têm-se verificado combates de baixa intensidade.

Vinte portugueses que pretendiam deixar o Sudão já foram retirados no país, anunciou na quarta-feira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas desde o início dos combates, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), divulgou na quarta-feira o Ministério da Saúde sudanês.

Os combates seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.

Leia Também: Sudão. Londres anuncia fim dos voos militares de retirada de cidadãos

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