"Nós, Sindicato dos Médicos do Sudão, apreciamos este esforço da Cruz Vermelha e apelamos a outras organizações humanitárias para que ajudem a salvar a situação desastrosa no Sudão", declarou aquele sindicato na página oficial na rede social Facebook, citado pela agência de notícias espanhola.
As oito toneladas de ajuda enviadas pelo CICV, que continua a operar no país, tiveram como prioridade reabastecer com material médico e cirúrgico, como anestesia, ligaduras, suturas e outros artigos de emergência, os hospitais que recebem os feridos do conflito que começou em 15 de abrir, opondo o exército e as Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares.
Os médicos do Sudão apelaram ainda à comunidade internacional para que exerça pressão sobre as partes em conflito para que sejam criados corredores seguros para a chegada de ajuda humanitária.
A agência de notícias refere que tanto o exército como as FAR concordaram no domingo à noite em prolongar uma trégua de 72 horas que reduziu os combates, mas não os suprimiu completamente, pelo que, relata a Efe, nas primeiras horas da manhã ouviu-se o que pareceu ser um bombardeamento limitado de artilharia e de caças numa zona a sul de Cartum e num subúrbio oriental do Nilo Azul.
As várias organizações humanitárias presentes no país tiveram que suspender a atividade e repatriar o pessoal devido ao risco de vida por considerarem que a situação é crítica.
"Os profissionais de saúde no Sudão têm feito o seu melhor para tratar os feridos sem eletricidade, água ou material médico básico", afirma o diretor do CICV para África, Patrick Youssef, citado pela Efe.
Na sequência deste novo conflito, todos os voos comerciais e outras ligações aéreas com o Sudão foram suspensos, tornando praticamente impossível a chegada de ajuda humanitária.
O CICV já anunciou que vai enviar um segundo avião com mais pessoal e material médico e espera que as partes em conflito cumpram a sua obrigação de respeitar o trabalho do pessoal humanitário e médico.
Desde 15 de abril, 528 pessoas foram mortas e mais de 4.000 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde do Sudão, mas este número é ainda muito provisório.
Leia Também: Programa Alimentar Mundial levanta suspensão da sua missão no Sudão