De acordo com um comunicado, citado pela televisão oficial CCTV na segunda-feira, a marinha retirou da cidade costeira de Port Sudan, no Mar Vermelho, 272 chineses e cidadãos de mais cinco países.
O navio militar Weishanhu chegou "sem incidentes" ao porto de Jeddah, na vizinha Arábia Saudita às 09.00 de sábado (07:00 em Lisboa), referiu a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
A China fez o que era possível para retirar do Sudão os cidadãos de "países amigos", disse o responsável pela Ásia do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Jinsong, ao embaixador do Paquistão em Pequim.
O ministério tinha anteriormente dito que mais países estavam a pedir ajuda à China para retirar os seus cidadãos do Sudão.
De acordo com a imprensa brasileira, um grupo de 12 jogadores e treinadores brasileiros, que trabalhavam no clube de futebol Al-Merreikh, com sede na capital Cartum, conseguiu deixar o país pela fronteira com o Egito e regressar ao Brasil na semana passada.
Na altura a imprensa avançou, citando informações do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que pelo menos sete brasileiros ainda se encontravam no Sudão, em segurança, à espera de serem retirados.
O conflito já provocou cerca de 530 mortos e quase 4.600 feridos e levou à fuga de milhares de sudaneses para zonas do país mais seguras ou para nações vizinhas e à retirada de cidadãos estrangeiros, incluindo 20 portugueses.
Os combates opõem desde 15 de abril as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército sudanês, na sequência de tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político que visa repor o país na via democrática, após o golpe de Estado de 2021.
Tanto o Exército como as Forças de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o governo de transição do Sudão em outubro de 2021.
Os dois lados acordaram o envio de representantes para negociações, em princípio na Arábia Saudita, afirmou na segunda-feira o representante das Nações Unidas no país.
Caso a negociações venham a ter lugar, incidirão inicialmente no estabelecimento de um cessar-fogo "estável e confiável", disse à agência de notícias Associated Press Volker Perthes, deixando, contudo, o alerta sobre as dificuldades para que as negociações aconteçam.
Uma série de tréguas temporárias ocorridas na semana passada amenizou os combates apenas em algumas áreas, enquanto fortes batalhas continuaram noutras.
Grupos humanitários têm tentado repor o auxílio num país em que quase um terço das 46 milhões de pessoas dependia da ajuda internacional antes do eclodir da violência.
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