"Sinal de fé". Zelensky agradece a Portugal, mas pede mais armamento
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu hoje o apoio de Portugal desde o início da guerra e pediu um reforço da capacidade militar das forças ucranianas durante um encontro, em Kiev, com o presidente do Parlamento português.
© Lusa
Mundo Guerra na Ucrânia
"Esperamos que o Governo e o Parlamento de Portugal saibam tomar as decisões necessárias para reforçar as capacidades dos defensores ucranianos na linha da frente", referiu o chefe de Estado ucraniano, numa mensagem divulgada na rede social Telegram, acompanhada com um vídeo da reunião com Augusto Santos Silva.
A reunião, que decorreu cerca das 15:00 locais (13:00 em Lisboa), durou perto de uma hora, segundo tinha adiantado à Lusa o presidente do Parlamento português, e prolongou-se até mais do que o previsto, tendo estado também presentes representantes do PS, PSD, IL e BE e o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.
Ainda de acordo com a mensagem de Zelensky divulgada no Telegram, durante a reunião foi discutida "a cooperação no caminho da integração da Ucrânia na União Europeia e na NATO, as principais necessidades dos defensores ucranianos".
"Agradeço ao Parlamento e ao Governo de Portugal por apoiarem a Ucrânia desde o início da invasão em grande escala, bem como à sociedade portuguesa que, graças à ação do Governo e do Parlamento, se uniu no apoio ao nosso país e pessoas. Este é um sinal de fé muito importante na Ucrânia", destacou ainda Zelensky.
Augusto Santos Silva tinha referido à Lusa, por telefone, a partir de Kyiv, onde está entre hoje e quarta-feira em visita oficial, que a reunião com Volodymyr Zelensky foi "bastante útil" e destacou o ponto "em que ficou mais claro o valor que Portugal acrescenta na gestão política e diplomática deste conflito".
"Talvez o ponto mais importante da reunião tenha tido a ver com o papel que Portugal desempenha - e pode ainda desempenhar mais - no diálogo com os países do hemisfério sul, em particular com os países latino-americanos e africanos, com os quais nós temos laços muito próximos e aos quais temos transmitido a nossa posição sobre esta guerra da Rússia contra a Ucrânia", afirmou.
O presidente da Assembleia da República salientou que "a clareza da posição portuguesa é conhecida desde o primeiro momento" de condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
"E são conhecidas as dúvidas que vários países latino-americanos e africanos têm exprimido, muitas vezes dizendo que esta é uma guerra que é da Europa e não deles. Convém manter o diálogo com estes países para mostrar-lhes que também está aqui em causa a ordem internacional baseada em regras que todos defendemos", referiu.
Na quarta-feira, o presidente da Assembleia da República irá fazer uma intervenção na sessão plenária do parlamento da Ucrânia.
Ao início da tarde de quarta-feira, Santos Silva vai encontrar-se com estudantes de português no Departamento de Filologia da Universidade de Kyiv.
Santos Silva está acompanhado nesta vista por uma delegação parlamentar composta pelo deputado e líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, Jorge Paulo de Oliveira (PSD), João Cotrim de Figueiredo (IL) e Isabel Pires (BE), sem representantes das bancadas do Chega ou do PCP.
O Presidente da Ucrânia dirigiu-se em 21 de abril do ano passado ao parlamento português por videoconferência, numa sessão solene de boas-vindas que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, e na qual o PCP foi o único partido com representação parlamentar que não participou por discordar da mesma.
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