Drones espiões da China voam em redor de Taiwan pela 2.ª vez numa semana

As autoridades de Taiwan disseram hoje que capturaram um veículo aéreo não tripulado ('drone') chinês de reconhecimento de longo alcance, que voou em redor da ilha, a segunda operação do género realizada por Pequim no espaço de uma semana.

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Lusa
03/05/2023 13:34 ‧ 03/05/2023 por Lusa

Mundo

China

O 'drone' do modelo BZK-005, que voou em redor da ilha entre terça-feira e o início do dia de hoje, transportava um aparelho com capacidade para interferir nas comunicações, segundo informou o Ministério da Defesa de Taiwan num comunicado.

Esta é a segunda vez em poucos dias que a ilha autónoma é alvo de uma operação deste género, o que pode representar que o envio de veículos aéreos não tripulados possa estar a ser normalizado pela China, segundo analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Na semana passada, as autoridades taiwanesas registaram as manobras de dois 'drones' que circularam a ilha.

"Enviar 'drones' para a zona de identificação aérea de Taiwan é uma maneira eficaz e de baixo custo para a China testar novas táticas que certamente se tornarão operações de rotina", disse Lu Li-shih, ex-instrutor da Academia Naval de Taiwan, citado pelos 'media'.

Até agora, as aeronaves não tripuladas utilizadas pelas forças chinesas nas proximidades de Taiwan - uma tática que o Exército de Libertação Popular usa desde 2020 - faziam rotas mais curtas.

Nos últimos meses, as tensões aumentaram no Estreito de Taiwan, onde a China realizou manobras de alta intensidade em diversas ocasiões, inclusive após a visita à ilha em agosto de 2022 da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Este mês, o Exército chinês lançou mais quatro dias de exercícios militares - que incluíram a simulação de um bloqueio -- após o encontro na Califórnia entre a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e Kevin McCarthy, o sucessor de Pelosi no cargo.

No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek.

Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês, comunista.

O território realizou reformas democráticas nos anos 1990 e é hoje encarada como uma das mais vibrantes democracias no leste da Ásia.

Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Leia Também: "EUA estão prontos para conversar com a China", diz embaixador em Pequim

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