Num documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), citado pelo G1, a Polícia Federal relatou que Jair Bolsonaro e Mauro Cid, seu ex-ajudante, tinham "plena consciência" do cometimento de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente, assim como pessoas em seu redor que não estavam vacinadas contra a Covid-19.
As autoridades estão a investigar a alegada fraude nos registos de vacina do ex-presidente e da sua filha Laura, de 12 anos, uma vez que ambos viajaram para os Estados Unidos, entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado, período em que era necessário ser vacinado para entrar em território norte-americano.
Bolsonaro negou veemente as acusações: "Não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso".
Entretanto, reagiu ao cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua casa, esta manhã, referindo que foi uma ação policial com objetivo de "esculachar" [agredir].
O ex-presidente chorou, inclusive. "Por que eu fico emocionado? Mexeu comigo, sem problema. Agora vai para a esposa, para a filha… É desumano", prosseguiu.
De recordar que está a ser investigado um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Segundo o G1, o ex-presidente não foi alvo de um dos seis mandados de prisão emitidos no âmbito desta investigação, mas deverá prestar depoimento ainda durante o dia desta quarta-feira.
O jornal adianta ainda que, por volta das 7 horas (11 horas em Portugal), todos estes mandados de prisão - em Brasília e no Rio de Janeiro - já tinham sido cumpridos.
Um dos detidos no âmbito desta investigação, a 'Operação Venire', é Mauro Cid Barbosa, um tenente-coronel aliado de Bolsonaro. O ex-ajudante de Bolsonaro tinha um depoimento marcado para hoje na Polícia Federal sobre outro caso em investigação. Também o polícia militar Max Guilherme e o militar Sérgio Cordeiro são visados nesta investigação.
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