O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já discursou em Haia, onde se localiza a sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), e afirmou que "todos queremos ver um Vladimir diferente", numa referência ao presidente russo, Vladimir Putin, que é alvo de um mandado de captura emitido pelo TPI.
"Todos nós queremos ver um Vladimir diferente aqui em Haia, aquele que merece ser sancionado pelas suas ações criminosas aqui, na capital do direito internacional", referiu no seu discurso, citado pela agência de notícias Reuters.
"Estou certo de que veremos isso acontecer quando vencermos", acrescentando, que "quem quer que traga a guerra deve ser julgado".
Sublinhe-se que, no dia 18 de março, um comunicado do TPI indicava que Vladimir Putin "é alegadamente responsável pela deportação (de crianças) e da transferência ilegal (de crianças) das áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação da Rússia".
Zelensky pediu ainda a criação de um tribunal especial para julgar a agressão russa contra o seu país. "Deve haver responsabilização" pelos crimes de agressão, que são o "início do mal", declarou Zelensky num discurso a diplomatas e outras autoridades, referindo-se à invasão do seu país pela Rússia em fevereiro de 2022.
O presidente ucraniano pediu ainda "justiça em larga escala" e não uma "impunidade híbrida".
"Esta só pode ser aplicada pelo tribunal", argumentou, apesar de o TPI não ter competências para julgar a Rússia por crimes de agressão, já que o país que não é signatário do Estatuto de Roma.
De acordo com a Reuters, a visita do presidente ucraniano ao TPI durou pouco menos de uma hora. Naquela que é a sua primeira visita oficial aos Países Baixos, Zelensky deverá ainda reunir-se com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wopke Hoekstra, e a ministra da Defesa, Kajsa Ollongren.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: Zelensky em Haia e vai reunir-se com representantes do TPI