ONU precisa de 402 milhões para ajudar 860 mil deslocados no Sudão
As Nações Unidas anunciaram hoje que necessita de 445 milhões de dólares (402 milhões de euros) para ajudar 860.000 pessoas que precisam de fugir dos combates mortais no Sudão entre o exército e os paramilitares, até outubro.
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Mundo Sudão
O apelo foi apresentado aos países doadores pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no início do dia, através de um comunicado, no qual é indicado que o Egito e o Sudão do Sul deverão registar o maior número de chegadas.
A resposta à crise sudanesa exigirá 445 milhões de dólares até outubro para fazer face ao aumento do número de pessoas que fogem do Sudão, segundo o ACNUR.
Cerca de 860.000 pessoas, incluindo sudaneses, mas também do Sudão do Sul, que regressaram aos seus países, poderão deixar o Sudão nos próximos meses.
O número de 860.000 é uma projeção preliminar. Destes, 580.000 serão sudaneses, 235.000 refugiados anteriormente acolhidos pelo Sudão, que decidiram regressar ao seu país de origem, e 45.000 nacionais de outros países.
O ACNUR já tinha referido, há alguns dias, um número superior a 800.000 pessoas, mas sem dar pormenores ou um calendário.
O plano apresentado aos países doadores cobrirá as necessidades destas pessoas no Chade, Sudão do Sul, Egito, Etiópia e República Centro-Africana.
"A situação humanitária no Sudão e nos seus arredores é trágica - há escassez de alimentos, água e combustível, acesso limitado aos transportes, às comunicações e à eletricidade, e os preços dos produtos de base estão a aumentar", declarou o alto comissário Adjunto a agência da ONU para as Operações, Raouf Mazou, em comunicado.
"O ACNUR e os seus parceiros têm equipas de emergência no terreno e estão a ajudar as autoridades com apoio técnico, registando as chegadas, monitorizando a proteção e reforçando o acolhimento para garantir que as necessidades urgentes são satisfeitas", acrescentou.
E sublinhou que "isto é apenas o início" e "é urgentemente necessária mais ajuda".
O conflito, que opõe o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês), já provocou pelo menos 550 mortos e obrigou à deslocação de pelo menos 330.000 pessoas no interior do Sudão e mais de 100.000 pessoas a abandonar o país.
As hostilidades eclodiram em 15 de abril, após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.
Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.
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