Pastor queniano suspeito de morte de crentes vai continuar detido
Um tribunal queniano deu hoje mais cinco dias à polícia para manter detido John Mackenzie, um pastor acusado de terrorismo pela morte de mais de 100 dos seus fiéis, muitos dos quais terão morrido à fome.
© YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images
Mundo Quénia
A polícia resgatou em abril 15 pessoas extremamente magras e fragilizadas da propriedade de Paul Mackenzie, no condado de Kilifi.
Quatro dessas pessoas morreram após terem sido conduzidas a uma hospital e os sobreviventes disseram aos investigadores que o pastor lhes tinha dado instruções para jejuarem até à morte antes do fim do mundo, para poderem encontrar Jesus Cristo.
Buscas efetuadas na propriedade, situada numa zona florestal remota, permitiram encontrar mais de 100 corpos e dezenas de valas comuns escavadas, segundo as autoridades.
As autópsias aos corpos ainda estão em curso, mas as já realizadas revelaram que algumas das pessoas enterradas morreram de fome, estrangulamento ou sufocação.
Mackenzie foi detido há duas semanas por alegadas ligações a cultos.
Um tribunal de primeira instância libertou-o esta semana, mas foi novamente detido e apresentado a um tribunal superior.
A polícia afirmou que as suas investigações apontavam para sinais de radicalização.
O tribunal que ordenou a detenção de Mackenzie por mais cinco dias está a considerar um pedido para uma nova detenção de 90 dias.
John Mackenzie foi detido anteriormente em duas ocasiões - em 2019 e em março passado - em ligação com a morte de crianças.
Depois de libertado sob caução em ambas as ocasiões, os dois casos ainda estão a decorrer no sistema judicial.
O Presidente queniano, William Ruto anunciou hoje a criação de uma comissão de inquérito às mortes.
Ruto encarregou a comissão de apurar as circunstâncias em que as pessoas morreram e de identificar outros indivíduos e organizações que possam ser responsáveis e de fazer recomendações.
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